Em abril do ano passado, cerca de 3 mil sócios aderiram ao quadro vascaíno. O número atípico sucitou denúncias de supostas cooptação e suborno pelas chapas do ex-presidente – e novamente candidato – Eurico Miranda e do próprio Roberto Monteiro, segundo revelou o Globoesporte.com.
Hoje, os sócios são investigados por uma comissão de sindicância, que determinará se eles poderão ou não votar nas eleições presidenciais de 2014. Pelo Estatuto do clube, que exige apenas um ano e um dia de adimplência para participar do pleito, o grupo estaria liberado.
Em meio à troca de acusações entre as forças políticas divergentes – incluindo figuras da própria “Identidade Vasco”, como o ex-vice de futebol José Hamilton Mandarino, que acusa Eurico Miranda de práticas ilícitas -, Monteiro garantiu que os sócios investigados aderiram de forma legítima, e defendeu a estratégia da sua chapa de convocar torcedores a juntarem-se ao quadro do clube.
“Acho que todos eles legitimamente se associaram ao Vasco. Depois de quase um ano de cobrança eles receberam uma carta de uma comissão de sindicância. Se você quiser se associar ao Vasco hoje é só entrar na internet, sem documentação, é um processo de fácil acesso. Todos eles foram até a secretaria, levaram a documentação, a assinatura do proponente e estão regularmente associados. Fizemos uma campanha de adesão de março a abril do ano passado, botamos outdoor na rua. Se o torcedor quer mudar o clube tem que se associar. É prática de todas as gestões enxugar o quadro social para se perpetuar no poder e ter domínio. Isso é uma resposta dos torcedores que querem voltar. Se o Vasco vai se apequenar como foi em outros momentos é responsabilidade deles. Isso obviamente vai gerar ações na Justiça, mas da nossa parte o que teve foi um incentivo legítimo para as pessoas se associarem e participarem do pleito. Estamos mobilizados para a luta política, para o melhor para o Vasco, que é não retroceder a gestões que já prejudicaram o Vasco e mudar esse modelo que hoje está no Vasco e não está dando certo”, sentenciou o candidato.
Monteiro não quis adiantar qualquer previsão sobre a decisão da comissão de sindicância, mas uma fonte ligada à sua chapa garante que há “99%” de chance de que os sócios investigados possam votar. A Junta Deliberativa reuniu-se na última segunda-feira para discutir o tema, mas não saiu com nenhuma definição. A presença ou não dos 3 mil sócios “sub judice” é hoje o grande empecilho para o estabelecimento da data do pleito. Com o mandato do atual presidente Roberto Dinamite expirando no dia 8 de agosto, a expectativa é que ele aconteça em julho.
Além de Monteiro, Eurico Miranda e o ex-vice de finanças Nelson Rocha também confirmaram candidatura. A situação ainda não se posicionou, mas a tendência é que se una a outra chapa, sem a presença de Dinamite. Outra frente de oposição também se articula com presenças de nomes como Jorge Salgado e Fernando Horta.
Além dos 3 mil sócios investigados pelo “mensalão”, há cerca de outros 3 mil em condições de votar.
Fonte: ESPN.com.br