Nem Dinamite, nem Eurico
Com críticas tanto a Dinamite, quanto a Eurico, o lema do novo candidato é “mudar sem retroceder”. Tudo começou em dezembro de 2012, quando uma reunião em um restaurante criou as bases para a montagem da nova chapa ao longo de 2013. Além de Monteiro, o grupo conta com nomes como José Hamilton Mandarino, ex-vice presidente de futebol do Vasco, Fred Lopes, ex-vice de patrimônio, e Aníbal Rouxinol, ex-vice jurídico. O trio compareceu ao evento desta segunda, em um clube na Zona Norte do Rio de Janeiro.
“Temos um projeto que vem sendo construído desde dezembro de 2012, quando teve um almoço com 55 pessoas, todas sócias há mais de cinco anos (período necessário para ser elegível), que resolveram renovar, entendendo que haviam alguns eixos principais: não queríamos o retorno do Eurico Miranda nem a continuidade do Roberto Dinamite. A partir daquele momento iríamos juntar os vascaínos desse eixo, preparar uma proposta de gestão, como hoje está sendo apresentada, e ao longo de 2013 montaríamos a chapa. Agora chegou o momento em que, com muita dúvida com o processo eleitoral, resolvemos lançar a candidatura em março, para ter de 60 a 90 dias de campanha”, explicou o novo candidato.
A principal crítica é em relação à gestão financeira do Vasco ao longo dos últimos anos. Segundo Monteiro, a dificuldade na aprovação de contas “espanta” patrocinadores e prejudica o clube.
“O problema administrativo começa por sequer ter um consenso da base política na aprovação de contas. É necessário ter aprovação de contas para ter credibilidade com patrocinadores e outros investidores. Isso é um problema de gestão, efetivamente. O primeiro mandato do Roberto Dinamite cumpriu um papel muito importante. Ele é um ídolo e tem que ser preservado. Mas o segundo mandato teve muitos erros. Se ele fizesse o que fez no campo seria ótimo, mas não fez”, afirmou o candidato, que apoiou Dinamite em sua primeira campanha eleitoral, em 2008.
Advogado, Monteiro, 43 anos, é hoje vice-presidente do Conselho Deliberativo do Vasco, onde entrou em 1994, aos 22, apoiando o então vice-presidente de futebol Eurico Miranda. O atual candidato rompeu com Eurico seis meses depois, e representou a oposição nas suas duas passagens seguintes pelo Conselho, em 1996 e já no mandato de Roberto Dinamite. Antes, aos 18 anos, Monteiro fora presidente da maior torcida organizada do clube. Ele ainda teve uma passagem pela política, como vereador pela cidade do Rio de Janeiro, entre 2007 e 2012.
Indefinições no pleito
Com o mandato de Dinamite expirando no dia 8 de agosto, a expectativa é que as eleições ocorram em julho deste ano, mas a data oficial segue indefinida. Esperava-se que uma reunião da Junta Deliberativa na tarde desta segunda-feira resolvesse a questão, mas não foi o caso.
O grande empecilho é a definição sobre os cerca de 3 mil sócios que aderiram em abril do ano passado, no evento que ficou conhecido como “mensalão”. Embora tenham condições de votar de acordo com o Estatuto do clube – que prevê necessidade de apenas um ano e um dia de adimplência antes de participar de um pleito -. o grupo é investigado por uma comissão de sindicância por ter sido supostamente cooptado a associar-se pelas chapas de Eurico Miranda e do próprio Roberto Monteiro, que teriam pagado suas mensalidades. Fora estes sócios “sub judice”, há cerca de outros 3 mil em condições de votar.
Fonte: ESPN.com.br