– É complicado responder, mas uma hora ia chegar. É óbvio que fica chato você parar desse jeito. Eu não fui o único e não vou ser o último. A minha história no futebol foi legal, no somatório de tudo foi legal.
Felipe defendeu no futebol brasileiro, além da Seleção, Vasco, Fluminense, Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG. Mas foi no Gigante da Colina o lugar em que mais brilhou. Em São Januário, se tornou o jogador mais vencedor da história cruz-maltina.
– São dois Brasileiros (1997 e 2000), uma Copa do Brasil (2011), um estadual (1998), Rio-São Paulo (1999), Libertadores (1998), Mercosul (2000)… – enumera Felipe, que completa 37 anos em setembro.
Tamanha identificação com o Vasco faz com que Felipe não esconda que o desejo era retornar ao Cruz-Maltino antes de pendurar as chuteiras. O ex-atleta, entretanto, garante que interferências internas o impediram de realizar esse desejo. Porém, de acordo com ele, há quem fosse favorável ao retorno, como o diretor executivo Rodrigo Caetano.
– Acho que, pela vontade do Rodrigo (Caetano), eu voltaria. Pela minha vontade eu voltaria, mas tem algumas pessoas no Vasco que não são a favor.
A última passagem de Felipe pela Colina Histórica se encerrou no fim de 2012. Na visão dele, o fato de ter reprovado publicamente a contratação do diretor René Simões, em dezembro daquele ano, pesou – na ocasião, declarou: “René para quê? Não tenho nada contra ele, mas o Vasco precisa é de jogadores”.
– Na época o René, o diretor, ficou muito chateado. Fez a cabeça do presidente e eles optaram por me afastar, estou bastante tranquilo. Cada um tem a sua opinião. A única (coisa) que eles vão ter que aceitar que eu sou o maior vencedor do Vasco, fiz uma história legal – prossegue.
Mas Felipe ainda não desistiu de vestir a camisa cruz-maltina, nem que seja pelo menos numa partida de despedida.
– Vontade de fazer uma despedida legal no Vasco é óbvio (que tem) por eu ter sido criado lá desde os 6 anos, ter dedicado minha vida ao Vasco. Realmente seria bem legal.
E o que mudou na vida de Felipe com a ausência do futebol? Ficou mais perto dos filhos, Lucas e Thiago, e com maior disponibilidade para cuidar de seus negócios – é dono de supermercado, restaurante e de uma casa de festas. A vida de patrão, porém, não o faz trocar o estilo esportivo pelos tradicionais terno e gravata.
– Hoje eu posso levar os meus filhos à escola, hoje eu posso buscar, posso ir para a praia com eles, ir para o cinema a hora que eu quiser. Meus filhos estão com 8 e 4 anos, posso ser um pai muito presente. Seis horas da manhã estou acordando e levo as crianças na escola. Volto, vou trabalhar. Não, não (perguntado se usa terno e gravata). Sou patrão, vou do jeito que eu quiser – encerrou Felipe.
Fonte: GloboEsporte.com