Diante do cenário, a Comissão de Arbitragem do Rio dará apoio psicológico a Castanheira, que será acompanhado por um especialista.
– Temos um psicólogo que vai acompanhar o caso para que ele se equilibre. É um profissional que nós já temos e que faz a assistência que esse tipo de situação exige – disse Jorge Rabello, presidente da comissão.
A segurança do auxiliar e da família dele também preocupa a comissão de arbitragem. No entanto, segundo Rabello, Castanheira não fez nenhum pedido.
– Por enquanto não falou nada, mas ele sabe que aqui estamos com ele. Isso é pressão de torcedor, mas como hoje em dia invadem CT, batem em jogadores, o que não farão com árbitros? Estamos atentos – frisou.
A reportagem do GloboEsporte.com conversou com vizinhos de Rodrigo na manhã desta terça-feira e ficou claro: o clima é de preocupação também entre aqueles que conhecem Castanheira. Segundo relatos, o auxiliar, que é professor de Educação Física, esteve em casa depois do clássico, mas pouco foi à rua. Os moradores mais próximos mostram incômodo com os reflexos do episódio.
– O rapaz está muito chateado, deixa essa confusão toda passar. Foi uma desgraça para ele, esquece isso – disse um vizinho, que recebeu a reportagem de maneira hostil.
Na casa do auxiliar, porta e janelas fechadas. Na rua, o assunto ainda está quente. Com jornal em mãos, dois vizinhos comentavam o erro de Rodrigo a alguns metros da casa dele.
– Imagina se aquele pessoal que brigou lá em Joinville vem aqui – comentou um deles, em referência aos membros de organizada que participaram da briga generalizada com torcedores do Atlético-PR na última rodada do Brasileirão passado.
Outro morador, que conhece Rodrigo Castanheira há anos, contou que o auxiliar está assustado, principalmente com as ameaças que têm recebido.
– Ele é nascido e criado aqui, desde garoto. O menino está em pânico, chorou e tudo. O primo dele disse que ele está muito chateado, que está preocupado com a repercussão. O rapaz tem família, dois filhos pequenos, está abalado. É só futebol – afirmou, sem querer se identificar.
O assunto também chegou ao comércio do local. Depois do fim de semana, os funcionários ficaram sabendo logo que iniciaram a semana.
– Não é sempre que vemos ele aqui pela rua, geralmente é muita correria. Mas ficamos sabendo do que aconteceu, sim. E aí soubemos que era ele – contou um funcionário, que também prefere se manter anônimo.
Fora da escala
Preservado pela Comissão de Arbitragem do Rio de Janeiro, o auxiliar Rodrigo Saraiva Castanheira está fora da escala para a próxima rodada do Campeonato Carioca. A ideia é que ele passe a retomar a rotina em duas semanas e volte a apitar jogoa da Segunda Divisão do Rio.
– Depois, a ideia é que ele volte a atuar como árbitro adicional em jogos de pequenos da Série A – explicou Rabello.
Já o árbitro que apitou o duelo, Eduardo Cordeiro Guimarães, atuará como o companheiro, ou seja, atrás de um dos gols, na partida entre Resende e Duque de Caxias, nesta quarta-feira, às 16h, no interior do estado.
Nenhum dos outros membros da equipe de arbitragem que atuou no Clássico dos Milhões foi escalado para a nona rodada. Assim, tanto os bandeirinhas Wagner de Almeida Santos e Luiz Antonio Muniz de Oliveira, como o outro assistente Leonardo Garcia Cavaleiro vão descansar esta semana.
Envolvido no polêmico gol não validado, o auxiliar Rodrigo Castanheira, porém, não será punido. Presidente da Comissão de Arbitragem do Rio, Jorge Rabello, considerou o erro de interpretação, já que o auxiliar, no momento do lance, estava posicionado corretamente e olhando para a bola. Os torcedores do Vasco, porém, não perdoaram Castanheira, que virou alvo de piada na internet desde o fim do jogo de domingo. O presidente vascaíno, Roberto Dinamite, disse que vai pedir o afastamento do auxiliar dos jogos do Vasco.
Fonte: GloboEsporte.com