Nesta sexta-feira, Carlos Alberto falou sobre o seu futuro e lembrou os momentos difíceis que passou quando foi suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Ele revelou que o Vasco ainda não cumpriu o acordo feito na sua saída e garante que apostaria no seu futebol.
– Eu me contrataria – disse Carlos Alberto, para em seguida falar do seu momento:
– Eu me preparei para esse ano. Estava bem fisicamente e lamento ter interrompido a sequência. Provavelmente, teria um bom ano. Estava feliz e as coisas fluem bem. Não quer dizer que será 100%. Só tenho a lamentar. É difícil ter motivação sem o objetivo do fim de semana. Todo trabalhador precisa de um plano e eu não tinha. Agora, estou aqui para recomeçar mais uma vez.
Carlos Alberto tinha contrato com o Vasco. Em um determinado momento, ele acabou sendo informado de que seu vínculo havia sido desfeito. Na época, ficou chateado com o tratamento que recebeu. Depois, fez um acordo com a diretoria, que, segundo ele, não foi cumprido.
– O Vasco conduziu mal a minha questão do doping. Mas é passado. Não deixei de estar em contato com as pessoas. Muitos jogadores saíram do clube com ações na Justiça. Eu não entrei. Fiz um acordo que não foi cumprido. Descer a porrada agora seria fácil com o clube em baixa, mas tenho carinho e respeito pela instituição. Fiquei chateado. Recebi um telefonema que dizia que não precisava ir mais. Não sentaram comigo para esclarecer – comentou o jogador.
Durante o período de espera para saber como ficaria a sua punição, Carlos Alberto esteve perto de acertar com o Fluminense, seu clube de origem. No entanto, a suspensão acabou impedindo o acerto na época com Rodrigo Caetano no comando do futebol do clube.
– Estava próximo de assinar com o Fluminense. Clubes que conversavam comigo tinham muito receio, pois dias depois poderiam receber uma notícia ruim ainda mais para quem administra.
O que livrou Carlos Alberto da punição foi um laudo de uma análise do material do jogador feita por uma laboratório da Suíça contradizendo o fornecido pelo Ladetec. O inicial havia identificado as substâncias proibidas hidroclorotiazida e carboxi-tamoxifeno.
– Fui lesado por algo que não existiu. Mas deixo isso para a Luciana (Lopes, advogada), que é competente e foi a pessoa que mais me ajudou nesse momento difícil. Ela tomou conta do caso de forma especial e vai saber o melhor a fazer. Quem tiver que ser responsabilizado vai ser. Não pode a mentira virar verdade – afirmou.
À distância, Carlos Alberto acompanhou o rebaixamento de Vasco e Fluminense para a Série B. Ele condenou o planejamento equivocado, principalmente do Vasco que acompanhou mais de perto no começo da temporada, quando defendia o clube.
– Tenho identificação com o Vasco. Fui feliz ali. Saí do Fluminense, sou grato por ter me revelado e lamento a queda dos dois. Para nós, cariocas, isso é horrível. Jogador não pode achar isso bom. É menos clube para trabalhar na primeira divisão. Não tiro a responsabilidade deles. Posso falar melhor do Vasco. Quando não planeja bem, acaba pagando – disse.
Nesse fim de ano, Carlos Alberto se revoltou com vandalismo em Joinville, no jogo entre Atlético-PR e Vasco, pela última rodada do Campeonato Brasileiro, quando as torcidas brigaram na arquibancada. O episódio acabou marcando o término da competição.
– Fiquei triste. Aquilo não tem cabimento. O futebol foi feito para ter alegria e não para ter atos de vandalismo. São sempre os mesmos. Tem que acabar com essa palhaçada e banir esses sujeitos da sociedade. A cena do pai protegendo o filho foi chocante – comentou.
Agora, Carlos Alberto vai seguir com sua preparação. Este mês, ainda deve participar de alguns eventos e já confirmou presença no Jogo das Estrelas, organizado por Zico, dia 28, no Maracanã.
– Tenho que continuar treinando, mas jogar uma pelada é sempre bom. É o mais próximo que vou estar de uma partida no momento – disse.
Fonte: GloboEsporte.com