Nova camisa do Vasco vira um sucesso e já foi aprovada por jogadores

Na vitória por 3 a 2 sobre o Bahia na última segunda-feira (28), o Vasco estreou sua nova camisa 3. O manto nas cores bege e ocre tem como característica mais curiosa o fato de revelar trechos da famosa “Resposta Histórica” conforme os jogadores começam a suar em campo. O ousado projeto durou meses de teste até encontrar a tecnologia adequada e chegar ao formato final.

Inovação

No esboço do plano, uma fábrica do Sul do país apresentou duas opções: a revelação através de luz neon ou após a camisa ficar molhada. A primeira sugestão foi rapidamente descartada em razão de não ter uma funcionabilidade prática quando o uniforme fosse usado, que seria dentro de campo.

Com a escolha pela água definida, partiu-se para a idealização do layout. Inicialmente, a ideia era que fosse revelado um logotipo, mas logo em sequência surgiu a ideia dos trechos da “Resposta Histórica”, que completou 100 anos em 2024. Porém, como o texto integral é grande, optou-se por um recorte das partes principais.

Cogitou-se que a faixa transversal fosse revelada através das palavras do famoso ofício. No entanto, por causa de limitações do tecido, decidiu-se por bordar a faixa e revelar os trechos no restante da camisa.

Por último foram feitos os testes com os tecidos. Levou-se em consideração a qualidade da revelação e da execução da tecnologia quando a camisa entrasse em contato com a água.

No total, foram nove meses de projeto e mais de 20 reuniões com a Kappa, fornecedora de material esportivo. Porém, toda a idealização e execução partiu do Departamento de Criação do Vasco, o mesmo que também produziu as camisas 1 (preta) e 2 (branca) desta temporada.

Além da curiosidade, a tecnologia da camisa também dificulta a falsificação, embora isso não tenha sido um tópico prioritário no início do projeto do departamento de criação do Vasco.

Lançada na semana passada, ela tem mais de 35 mil peças vendidas. Este recorte foi obtido pelo UOL na última terça-feira (29).

Jogadores aprovam a camisa

Uma apresentação foi feita aos jogadores do Vasco sobre a história e curiosidade da camisa. A peça teve uma aprovação total do elenco.

Vegetti e Hugo Moura, por exemplo, fizeram questão de pedir as suas. A dupla estava suspensa do jogo contra o Bahia e, consequentemente, não poderia atuar com o uniforme.

O goleiro Léo Jardim teve a preferência pelo modelo preto, no qual atuou diante dos baianos. O clube, porém, pretende alternar em certas partidas, com os jogadores de linha atuando com o modelo escuro e o arqueiro com o bege.

O que foi a Resposta Histórica?

Em 1924, o presidente do Vasco, José Augusto Prestes, redigiu uma carta abrindo mão de participar da nova liga que surgia no Rio de Janeiro. O motivo? Não ter que excluir jogadores pobres e negros do elenco, contrariando um pedido dos fundadores.

O clube só poderia participar da nova associação de futebol (AMEA) se excluísse 12 jogadores. Um dos critérios para isso baseou-se no analfabetismo e nas condições e natureza das profissões dos jogadores vascaínos. Esse grupo de atletas era formado por negros ou brancos de origem mais pobre. O Cruz-maltino, então, se desfiliou e disputou uma liga alternativa.

Dizia a carta na grafia da língua portuguesa praticada há um século:

“Quanto à condição de eliminarmos doze dos nossos jogadores das nossas equipes, resolveu por unanimidade a Directoria do C.R. Vasco da Gama não a dever acceitar, por não se conformar com o processo porque foi feita a investigação das posições sociaes desses nossos consocios, investigação levada a um tribunal onde não tiveram nem representação nem defesa”, diz uma parte do documento do Vasco.

“São esses doze jogadores, jovens, quasi todos brasileiros, no começo de sua carreira, e o acto publico que os pode macular, nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu, nem sob o pavilhão que elles com tanta galhardia cobriram de glorias. Nestes termos, sentimos ter que comunicar a V. Exa. que desistimos de fazer parte da A.M.E.A. Queira V. Exa. acceitar os protestos da maior consideração estima de quem tem a honra de subscrever”, termina a carta.

Fonte: UOL Esportes

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