Com uma estratégia ineficaz e diversas atuações individuais abaixo da média, o Vasco foi presa fácil em Campinas e sofreu para o São Paulo sua pior derrota sob o comando de Rafael Paiva: 3 a 0. Agora terá que juntar os cacos porque em três dias, no sábado, voltará a campo para decidir contra o Atlético-MG uma vaga na final da Copa do Brasil.
A derrota no Brinco de Ouro aumentou o jejum do Vasco, que agora não vence há sete partidas – a última vítima foi o Vitória, no dia 1º de setembro, em Salvador. Ou seja, o clube chega para a partida mais importante do ano vivendo seu pior momento na temporada.
Da atuação contra o São Paulo, Paiva dificilmente poderá tirar algo de bom. O time mostrou apatia e viveu uma noite para esquecer. O treinador afirmou em mais de uma ocasião na coletiva depois da partida que o Vasco precisa voltar a competir, em especial no próximo sábado.
“A gente tem que se doar completamente para buscar essa final”.
A estratégia traçada por Rafael Paiva para o jogo desta quarta-feira não funcionou. O técnico surpreendeu na escalação e lançou Philippe Coutinho e Payet juntos pela primeira vez como titulares. O objetivo, segundo ele, era ter mais a bola e tentar controlar a partida fora de casa. O Vasco de fato teve mais posse (52% contra 48%, com uma diferença ainda maior em determinados momentos do duelo), mas esteve longe de dominar a partida.
Hugo Moura e Mateus Carvalho foram os escolhidos para dar proteção na frente da área, mas durante vários lances do primeiro tempo um ou mais jogadores do São Paulo recebiam atrás da linha formada pelos volantes, criando superioridade numérica contra os zagueiros vascaínos. A marcação frouxa permitiu ao adversário criar as melhores chances do jogo.
O time comandado por Zubeldía fez bem o dever de casa e apostou no erro da saída de bola do Vasco, algo que atormenta a equipe neste Campeonato Brasileiro. Resultado: Luciano abriu o placar aos nove minutos depois de roubar a bola no ataque, atacar o terreno baldio na frente da área e finalizar de canhota. Léo Jardim falhou e permitiu que a bola passasse por entre as pernas.
O Vasco insistiu numa tentativa de propor a partida, mas só conseguiu levar perigo autêntico em subida de Paulo Henrique, que deixou Philippe Coutinho na cara do gol, mas o craque chutou torto para fora. Ao mesmo tempo, o time sofria com as investidas verticais do São Paulo, que no primeiro tempo esteve muito mais perto de fazer o segundo do que de sofrer o empate.
Balde de água fria
No intervalo, apesar da postura passiva apresentada no primeiro tempo, a única mexida de Rafael Paiva foi a saída de Paulo Henrique (que era um dos melhores em campo) para a entrada de Puma Rodríguez. O treinador ficou devendo essa explicação na coletiva.
Tudo foi por água abaixo com menos de um minuto, quando João Victor falhou na cobertura e deixou uma avenida para Lucas Moura avançar, invadir a área e bater cruzado de canhota. Maicon, que teve atuação tão abaixo quanto seus companheiros de equipe, foi driblado com muita facilidade nos dois primeiros gols.
Apesar do baque, o Vasco voltou melhor no segundo tempo e poderia ter diminuído se Coutinho, de novo, caprichasse na finalização depois da sobra de bola dentro da área. Vegetti também teve chance em escanteio, mas o goleiro Rafael defendeu com segurança nos dois lances.
Aos 22, o gol de cabeça de Lucas Moura, que com 1,72m de altura subiu mais alto que a defesa inteira, fechou a tampa do caixão do Vasco. Dali em diante, Paiva se viu obrigado a tirar seus titulares para descansar, como Vegetti, já de olho na decisão contra o Atlético-MG no sábado.
Com Coutinho e Payet em campo, chamou atenção como o Vasco mostrou-se desorganizado no meio de campo. A dificuldade do francês na recomposição pela esquerda foi o menor dos problemas. Hugo Moura e Mateus Carvalho bateram cabeça em vários momentos – Hugo fez uma de suas piores partidas desde chegou ao clube, diga-se de passagem.
Mais do que mexer no emocional e chacoalhar os ânimos para sábado, o Vasco precisa apresentar regularidade e voltar a jogar bem. O time terá que marcar ao menos um gol contra o Atlético-MG para buscar a vaga na final da Copa do Brasil e continuar sonhando com um título na temporada. Por isso, a atuação em Campinas não pode se repetir.
Fonte: ge