A madrugada da quarta-feira, 16 de agosto de 2023, nunca mais vai sair da memória de Dimitri Payet. Há quase um ano, o francês desembarcava no salão nobre do Aeroporto Internacional do Galeão e era recebido com uma linda festa por aproximadamente cinco mil vascaínos. Aquele era só o início de uma relação de carinho e respeito recíproco. Sempre que concedeu entrevistas, Payet falou sobre como o Vasco o salvou e como sua paixão pelo futebol o fez encarar esta oportunidade em vestir a camisa do Cruzmaltino.
– Sou apaixonado por futebol e, quando se é apaixonado por futebol, você quer jogar em clubes como o Vasco, com torcedores como esses, em um país como esse. Vem sendo uma linda experiência. Quando vim para cá, muitas pessoas disseram que seria impossível a permanência na Série A, mas aceitei o desafio e tudo deu certo. Fizemos algo memorável, que nunca um time havia feito, mas o Vasco pede mais. Quero deixar minha marca aqui, conquistar títulos, e venho me dedicando muito para isso todos os dias. Temos um bom bom grupo e sei que, se conseguirmos nos manter conectados, podemos ir longe. E as recompensas são títulos – contou o francês em papo exclusivo com a Revista do Vasco.
O axé Prefixo de Verão, da Banda Mel, rapidamente foi adaptado pela torcida do Vasco como música para o craque. Em todos os jogos que ele está em campo, é normal escutar o “Payet, Payet, Payet… ê ê ê, ôôôôô”. Outra situação que se tornou rotina quando o camisa 10 atua pelo Vasco é a forma como ele trata o torcedor. Independente do resultado, ele sempre dá uma volta por todo o campo aplaudindo e agradecendo ao apoio do torcedor.
E se a família de Payet só vem nas folgas ou férias da Europa, os companheiros de time, funcionários do clube e torcedores se tornaram sua família. A esposa do jogador, Ludivine, acompanhou algumas partidas do craque pelo Vasco, assim como os quatro filhos:
– É emocionante jogar para uma torcida tão incrível. Não há nada mais bonito do que ouvir um canto cantando em sua homenagem. É ótimo para sua confiança e moral. Recentemente, minha esposa e meus filhos estiveram no Brasil e foram algumas vezes a São Januário. Eles puderam sentir de perto todo esse carinho que os vascaínos possuem por mim. Quando a minha esposa vê tudo que venho construindo, o amor que recebo da torcida, companheiros e funcionários, percebe que todo nosso sacrifício valeu a pena. Só reforça a felicidade da nossa escolha. Como já disse antes, eu precisava dessa paixão. E sou muito grato aos vascaínos por tudo que fazem por mim.
CONEXÃO COM A HISTÓRIA VASCAÍNA
A #HistóriaMaisBonitaDoFutebol já era conhecida por Payet antes mesmo dele receber o primeiro contato do Gigante da Colina. O Vasco é o clube brasileiro que mais venceu equipes europeias e o craque ressaltou que quando saíram as primeiras notícias, recebeu diversos contatos de atletas brasileiros e franceses falando sobre o Cruzmaltino e reforçando a luta do Vasco contra o Racismo. Além disso, o camisa 10 recebeu um livro do clube na chegada e se aprofundou ainda mais em conhecimento:
– É impossível jogar aqui, se conectar com essa torcida e não se apaixonar. Antes de vir pra cá, eu já conhecia o Vasco. É um clube muito conhecido na Europa. E assim que saíram as notícias da minha vinda, muitos jogadores franceses falaram comigo e destacaram o fato do Vasco ser uma referência no mundo por todas as lutas contra o racismo. Recebi um livro do clube na chegada e estudei um pouco mais sobre sua história. Fiz a escolha certa e posso dizer hoje que o Vasco tem um lugar no meu coração.
ADMIRAÇÃO POR DINAMITE
O número 10 do Vasco foi historicamente vestido por grandes craques, mas ninguém a vestiu tantas vezes e marcou tantos gols e assistências como Roberto Dinamite. O #MaiorDeTodos já havia falecido quando Payet chegou ao Brasil, mas o craque teve a benção da família de Roberto. Desde o falecimento de Roberto, a camisa 10 vascaína possui um patch em homenagem a Dinamite, que também aparece ao lado do número na camisa I.
– A história do Dinamite é magnífica! E saber que a família dele aprovou minha escolha para vestir a camisa 10 é incrível. Sei que a pressão é alta, que a responsabilidade é enorme, mas amo desafios como esse, vivo para isso. O que posso dizer é vou sempre procurar fazer para honrar sua memória e tudo que ele fez pelo Vasco. E sei que através disso serei uma referência para todos os jovens do Vasco. Gosto do estilo deles, do controle de bola, da maneira como provocam e driblam. É um estilo de jogo autêntico, livre, menos quadrado. E isso combina comigo. Tenho uma relação muito boa com os garotos – explica Payet.
Fonte: Site oficial do Vasco