A reação que o Vasco esboçou contra o Atlético-GO aconteceu na prática neste domingo. A vitória por 3 a 0 sobre o Botafogo foi inquestionável, com uma atuação convincente. Com a cara de Luxemburgo, a equipe se transformou e fez o torcedor vascaíno acreditar em uma reta final de Campeonato Brasileiro sem sustos. O time chegou a 32 pontos e saltou para 15ª colocação. Uma coisa é certa: o elenco comprou o barulho do treinador e vai fazer de tudo para que isso aconteça.
É impossível ignorar a fragilidade do adversário. Com passagem reservada para Série B, o Botafogo não dificultou a vida do Vasco. O time de Luxemburgo, no entanto, tem mérito e muito a comemorar. Da defesa ao ataque, da organização tática à entrega, do coletivo ao individual, a equipe evoluiu em todos os quesitos. Foi um Vasco completamente diferente do que se viu nos últimos meses do ano passado. A questão física, porém, ainda preocupa.
Com brio e sem Canodependência
Luxemburgo prometeu o Vasco com uma nova postura e entregou. Impressionaram a vontade e a correria da equipe no primeiro tempo. Foi um time mais comunicativo. Werley, Castan e Fernando Miguel não pararam de falar por um minuto, com gritos e orientação. À beira do gramado, o treinador incentivava e não deixava o ritmo cair. Foi um Vasco mais vivo e com brio.
Mas o novo Vasco vai além da motivação. É um time mais estruturado, com a defesa bem postada e muito menos dependente de Germán Cano. O Vasco de Luxemburgo faz triangulações e usa bem as beiradas de campo. Algo que não acontecia sob o comando de Ricardo Sá Pinto.
Talles volta a ser “Mágico”
O time de Luxemburgo foi o dono do primeiro tempo. Foram 11 finalizações contra quatro do Botafogo. Mais do que os números, as chances claras deixaram a sensação de que o time deveria ter matado o jogo no primeiro tempo. Foram várias oportunidades criadas, mas também perdidas. Talles, no entanto, usou a cabeça para colocar o time em vantagem, após cruzamento de Henrique.
Talles Magno, aliás, foi o nome do jogo. Incentivado pelo treinador que o lançou no profissional, em 2019, o garoto jogou como há muito tempo não jogava. Partiu para cima sem medo, perdeu alguns lances, mas levou vantagem na maioria – acertou seis das oito tentativas de dribles. Ensaboado, apareceu muito mais na área e não se limitou a jogar isolado pela esquerda. Foi premiado com um gol de cabeça.
Queda física e brilho das crias
Talles brilhou, mas não foi o único. A garotada formada na base também estava inspirada. E foi ela que levou o Vasco à vitória quando o time teve uma queda física no segundo tempo, e o Botafogo esboçava uma reação.
Bruno Gomes recuperou espaço e foi um leão em campo. Impecável na marcação, iniciou a jogada do segundo gol, ao ganhar uma dividida e tocar para Talles. O lance ainda teve a participação do quase estreante Caio Lopes e terminou com gol de Andrey, duas crias da Colina. Capitão do sub-20, Caio foi puxado por Luxa e fez seu primeiro jogo no Brasileirão.
Outro pinçado por Luxa na base, Gabriel Pec entrou bem no fim. Primeiro deixou Cano na cara do gol e, em seguida, participou da jogada de Caio Lopes que originou pênalti. Cobrança convertida por Pikachu, outro que dá fortes indícios de que recuperará o bom futebol sob o comando de Luxa.
Sinal de alerta apenas para parte física, uma vez que o time titular, novamente, teve queda de rendimento no segundo tempo. Ainda assim fica uma certeza: o Vasco não cairá para Série B se jogar com a mesma disposição e organização nas 10 partidas que restam no Brasileirão.
Fonte: ge