Blog do Garone: Água nas canelas, sangue nos olhos e bola pra frente

Martín falhou no 1º gol (Foto: LANCE!Press)
 

Não dá mais para o Vasco perder – ou deixar de ganhar – jogos contra o Flamengo e achar que é normal, culpando o acaso. Castanheiras, Sandros Silva e poças fazem parte do futebol, já passou da hora de entender isso.

Sofrer um gol como o primeiro de Alecsandro, é inadmissível. Não cruzar a bola em frente a área é a regra primária do futebol. Com o campo molhado, beira a ignorância. Coisa de juvenil. Martín Silva tem crédito, mas bem que poderia ter gastado em outro jogo.

Clássico se decide em detalhes, e o Cruz-Maltino pecou em quase todos eles. Como de costume, exatamente quando não pode.

Mas quem dera se os problemas do Vasco neste domingo se resumissem a um descuido – por mais grave que tenha sido – e São Pedro. O time do primeiro tempo, que se impôs e dominou, principalmente após a pausa por causa da chuva, sumiu na etapa final.

E é isso que me preocupa. E irrita.

A água nas canelas baixou, o sangue nos olhos não. Mas era necessário mais do que isso.

Com um futebol burocrático, e até covarde, no segundo tempo, a equipe se encolheu em campo. Luxemburgo lançou Everton, mudou a partida, e Doriva se limitou a assistir. Sem entender o que estava acontecendo, viu seus laterais anulados e tomando um passeio do rápido ataque do Flamengo.

Flamengo x Vasco é um clássico também do psicológico. E os cruz-maltinos parecem ter sido vencidos no primeiro drible de Everton sobre Madson, com um minuto de bola rolando na etapa final. Ali o caminho se abriu.

Todo mundo que assistia ao jogo viu que o Vasco teria problema pelas laterais. Talvez até o treinador tenha visto, mas cabia a ele resolver o problema, não nós.

Não resolveu, e por lá Cirino fez a festa antes de ser derrubado e Alecsandro fechar o jogo. Daí pra frente, o descontrole, algo que parecia distante no bom primeiro tempo vascaíno.

O Flamengo tocava a bola. O Vasco rifava. O Flamengo ganhava moral. O Vasco perdia. A torcida do Flamengo aguardava o terceiro gol. A do Vasco, desconfiava do segundo.

Da esperança do intervalo à incredulidade dos minutos finais, um Vasco guerreiro, mas desorganizado. O time virou um bando, raçudo, é verdade, mas ainda assim um bando.

Em jogos como este, vence quem pensa mais rápido, não quem chuta mais a bola de seu campo de defesa ou quem lança mais laterais diretamente para a área. Isso não é futebol, é desespero.

Não dá para ser meio Vasco. Não dá para jogar meio jogo. Não dá mais para ser quase campeão. Não dá mais para ficar no ‘se’. Não dá mais para vacilar.

A derrota não é o fim do mundo, mas que sirva de lição ao time e, principalmente, para Doriva.

À torcida, fica a certeza de um grupo esforçado, mas limitado. Uma equipe
com vontade de ser, mas que ainda não é. Por sorte, a guerra ainda não terminou. Estamos na briga, às vezes numa ‘trocação franca’ desnecessária, mas ainda de pé.

A bola pra frente tem que vir agora, na recuperação do elenco após a derrota no clássico, e não nos chutões de Rodrigo.

Saudações vascaínas! /+/

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