Desde o fim de novembro, Fernando Horta se divide entre a presidência da Unidos Tijuca e o Vasco da Gama. O dirigente ocupa no clube o cargo de vice após a vitória de Eurico Miranda na última eleição. Neste papo com a coluna no barracão da escola, na Cidade do Samba, Horta fala abertamente das suas duas paixões: carnaval e futebol.
Sobre futebol, o senhor foi candidato à presidência do Vasco em 1988 e perdeu, na ocasião, para a chapa Eurico e Calçada. Por que decidiu concorrer como vice?
Houve uma cobrança dos torcedores nas ruas. Para ajudar o Vasco, até seria candidato à presidência, mas depois pensei bastante. A Tijuca e meus negócios me tomam muito tempo e não tenho vaidade em assumir o comando do clube. Mas ainda vou ser presidente do Vasco.
O Eurico sabe dessa sua pretensão?
Sabe. Não tenho cara de vice, nem ele. Temos algumas divergências, mas estamos juntos. Não estou jogando bola nas costas do Eurico. Eu o ajudei a ganhar essa eleição. Tenho certeza de que muitas pessoas votaram nele por confiarem em mim.
O senhor votou alguma vez no Dinamite?
Eu nunca votei no Roberto e nunca confiei em sua administração. Esses últimos seis anos foram um caos danado principalmente financeiro.
Então, vamos falar sobre dinheiro. O Vasco deve mais de R$ 700 milhões. Ao mesmo tempo, sua administração na Tijuca é considerada uma das melhores do carnaval. O modelo Horta de gerenciamento chegará a São Januário?
Vai ter que ter uma gerência do estilo tijucano no Vasco. Temos que demonstrar confiança e honestidade com nossos parceiros. Vou chamar empresários para ajudar o clube. Na Tijuca, nós temos amigos que nos ajudam o ano inteiro. O que aconteceu no Vasco é uma má gestão. As pessoas não sabem lidar com dinheiro.
Fonte: Blog Roda de Samba – Extra