Fellipe Bastos: ‘Eu gosto do Vasco e sou muito Vasco. Não é jogar para o torcedor, mas eu sempre procurei saber do Vasco’

“Vou trazer esse torcedor para mim”. A afirmação forte de Fellipe Bastos mostra o quanto ele sabe da responsabilidade de retornar ao Vasco para 2019. Remanescente de uma equipe campeã da Copa do Brasil, ele não se surpreendeu com algumas críticas feitas pela sua chegada e disse que, com muita dedicação e trabalho, vai acabar com essa desconfiança e mudar a cabeça do torcedor.

– Não foi surpresa (críticas). Mas as pessoas me encontram nas ruas e me dão apoio. Eu não leio tudo, principalmente quando falam mal. A rede social hoje atinge algumas coisas que antes não atingia. Consigo ler e filtrar algumas coisas. Sou de um Vasco vencedor e serei cobrado por isso. Ramon é um dos remanescentes também. Vou trabalhar muito para ganhar esses torcedores. Vou trazer esse torcedor para mim.

Quando recebeu o convite e aceitou, muita gente chegou a questioná-lo, justamente sabendo que poderia ter uma ação contrária do torcedor, mas Fellipe disse que o carinho que sente pelo clube falou mais alto.

– Eu gosto do Vasco e sou muito Vasco. Não é jogar para o torcedor, mas eu sempre procurei saber do Vasco. Algumas situações me entristeceram como foi a queda. Algumas pessoas questionam porque eu voltei, mas eu sinto algo pelo clube e voltou abrir as portas para mim.

Aos 29 anos, o volante vê outra grande oportunidade de fazer história com a camisa do Vasco. Animado com a competitividade do grupo, Fellipe acha que o time tem tudo para fazer uma grande temporada e resgatar os anos de glória do clube.

Pela primeira vez desde que voltou, o volante, que se recuperou de uma lesão na coxa, foi relacionado pelo técnico Valentim. Ele estará à disposição no banco de reservas na final da Taça Guanabara, contra o Fluminense, às 17h, deste domingo, no Maracanã.

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Como surgiu o convite do voltar ao Vasco? Algumas pessoas disseram que voltou porque o clube teria uma dívida contigo…

– Não teve nada disso (dívida). Quando sai do Vasco, o clube honrou todos os compromissos comigo. Logo depois do ano novo o Alexandre (Faria, diretor executivo) me ligou e perguntou se tinha interesse. Já tinha o interesse de ficar no Rio e nada melhor do que em um clube que eu conheço e me sinto em casa. Se resolveu rápido e em um dia aconteceu.

Essas críticas não mexeram com a sua família?

– Lá em casa todo muito filtra as coisas ruins. Minha esposa é quem filtra, pois as crianças não entendem ainda. Até as coisas boas ela filtra também.

E como volta o Fellipe Bastos ao Vasco? O que mudou da última vez que jogou pelo clube?

Volto mais experiente, mas calejado com algumas coisas, mais vivido. A gente acaba aprendendo para não cometer mais erros. Com o tempo você vai correndo mais certo, escuta mais o treinador. Quando é mais novo escuta, mas acha que é o dono do mundo. Eu acelerava muito o jogo e, por isso, errava muito. Queria fazer gols, dá um passe para gol, mas na minha posição a bola passa pela gente. Aprendi muito com alguns jogadores como Ramirez, Aimar, Felipe, Juninho… Hoje estou mais ligado quanto a isso. Quanto menos errar, menos atenção vai chamar.

Acha que a queda do Sport para a Segunda Divisão aumentou essa pressão da torcida na sua chegada?

– De qualquer maneira iriam me criticar. Lá no Sport ficamos 10 jogos sem ganhar, mas a minha campanha pessoal foi muito boa. A gente não joga sozinho e algumas coisas internas no clube fizeram com que ele caísse.

Como foi o primeiro papo com o Valentim? Como você disse anteriormente, agora escuta mais os treinadores?

– Me chamou para conversar quando cheguei e me falou da maneira com que gostaria que eu jogasse. Disse que gostou da minha contratação, pois eu já conhecia o clube e poderia também ajudar os meninos dentro de campo. Isso para mim já é muito importante ter o aval do treinador. Se dentro dos jogos, você conseguir fazer o que ele pede, vai jogar. Não adianta chegar e querer jogar pelo nome, porque já foi campeão. Trabalho em primeiro lugar. Os meninos têm qualidade e é isso que ele passa. Vai jogar quem estiver melhor.

Por falar em treinador, Paulo César Gusmão, que hoje é coordenador do Vasco, também foi seu comandante aqui…

– Foi um dos caras que brigaram pela minha volta, pois me conhece. Fico muito feliz te ver pessoas querendo minha volta. Vale muito mais do que dinheiro, título, fama… Sou muito grato ao Vasco pela relação que tenho com os funcionários. A tia Vera do cafezinho lá de São Januário chorou quando me viu. É um sentimento de voltar para casa.

E essa casa está bem disputada esse ano. Na sua posição tem o Andrey, que foi bem ano passado, Raul, o Lucas Mineiro, que vem até fazendo gols…

– Brinco com os meninos de sempre que chego nos clubes os volantes começam a jogar (risos). Cheguei no Corinthians Gabriel estava voando. Cheguei no Sport e depois o Jair foi muito bem. Agora cheguei aqui os meninos muito bem, o Lucas, Andrey, Maranhão…. Dor de cabeça boa para o Valentim. Precisamos de um grupo bom, pois o ano é grande.

Até onde esse time pode chegar em 2019? Torcida pode esperar algum título importante?

É muito possível. Em 2011, nos iniciamos no Carioca perdendo quatro jogos seguidos. Teve uma mudança de treinador e também uma reunião entre a gente. Se você perguntar para os jogadores, eu falei que seríamos campeões da Copa do Brasil. Muitos deram risadas, mas a gente tinha condições de ganhar. Quando acabou a Copa do Brasil, o Anderson Martins correu na minha direção e disse “Você falou”. Eu via qualidade, mas faltava organização. Hoje a gente tem organização. Quando é mata-mata é preciso ser competitivo e organizado. Estou muito confiante que podemos chegar. Espero ser bicampeão aqui (risos).

Fonte: GloboEsporte.com
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