técnico Fábio Carille foi apresentado nesta terça-feira, em São Januário, como novo técnico do Vasco. O treinador começou a preparação para a temporada nesta segunda-feira, mostrou que ainda está conhecendo o elenco, os melhores esquemas possíveis e comentou a possibilidade de encaixar Coutinho e Payet juntos.
— É a minha preferência (4-2-3-1), mas não há definição. Eu não sou engessado, respeito muito o que o elenco me dá. É o que eu aprendi, é o que eu conquistei bastante. Tive conquistas no 4-2-4, com dois meias por dentro. Se eu tivesse que montar um time ideal, seria o 4-2-3-1, que me dá equilíbrio, mas temos que ter jogadores para isso. A diretoria tem trabalhado bastante para que cheguem alguns jogadores. Não sabemos o que vai acontecer nos próximos dias – disse o treinador.
— Eu sempre penso muito no próximo jogo. Independentemente da competição. É assim que eu gosto de trabalhar. Eu já considero o elenco forte, principalmente com volta de jogadores no DM, com Jair, Paulinho, Adson, o próprio Estrella. Já temos reforços dentro do Vasco. Estamos trabalhando quietinhos com a diretoria para potencializar esse grupo, que eu já considero forte – completou.
Carille comentou a chance de usar Payet e Coutinho juntos, mas também lembrou de outras peças do elenco, como Alex Teixeira e Estrella. O técnico, em mais de uma oportunidade, mencionou a possibilidade de usar dois meias-atacantes como referência no ataque, como fez em 2018 com o Corinthians, usando Jadson e Rodriguinho no ataque, sem a presença de um atacante mais fixo.
— Penso que, quando tem qualidade, temos que tentar botar todos esses caras juntos. Se estiverem bem, temos que dar suporte para atuarem juntos. Tem Alex Teixeira, tem Estrella daqui a pouco, que é um menino, mas os outros jogadores são mais experientes. Tenho pensado nisso, sim. Mas quero levar para a prática para ver se dar certo – explicou.
Sobre a fama de montar equipes muito defensivas, Carille respondeu:
“Isso aí ficou muito forte depois de 2019, até tive uma conversa ontem com alguns aqui que estavam lá no CT a respeito das formas que eu joguei. Isso foi por conta de 2019, onde o Corinthians ali era um time totalmente reativo e foi o que a gente achou para aquele ano pelas características dos jogadores”, disse.
– E mesmo assim foi um ano de resultado onde o futebol não era legal, mas foi um futebol de resultado, com o título paulista, semifinal da Sul-Americana e chegamos a ficar em quarto no Brasileiro. Isso não me incomoda, porque foi uma verdade e eu deixei muito claro em todas as vezes que a gente ia jogar daquele jeito, deixava muito claro isso, né? Depois eu vou para Arábia Saudita, muitas vezes o futebol fica longe de nós, mas é um futebol muito difícil para se jogar, ainda mais que eram oito estrangeiros que podiam jogar em um investimento muito alto. Lá eu cheguei a jogar com 4-1, 3-2, 4-1, 3-2, parecido com o River do Gallardo, que jogou assim durante muito tempo. Eu tinha uma linha defensiva muito rápida, jogadores qualificados, e foi muito legal ter trabalhado dessa forma. Acreditei nessa forma pelas características dos atletas – disse.
– Aqui a gente já tem o João, que tem velocidade, né? O (Lucas) Oliveira, outro jogador que já está certo, também sei que tem velocidade, (Lucas) o Freitas fez um campeonato muito legal, que também tem velocidade. Do lado direito, tanto o Puma como o PH também jogam com velocidade, então jogar lá em cima pode ser uma alternativa, sim, deixar esse balanço, essa pressão o tempo todo. Eu joguei assim com o Santos agora no último ano, buscando pressão o tempo todo, marcando no ponto ofensivo. A princípio eu acredito que dê pra fazer isso. Então é algo que não me preocupa, porque realmente eu fiz isso em 2019, quase foi o único ano mesmo que eu organizei dessa forma – concluiu.
Time com posse de bola
O técnico do Vasco afirmou que o elenco, apesar da necessidade de reforços, tem qualidade para valorizar a posse de bola, ter controle do jogo e explorar a qualidade individual de alguns atletas, independente do esquema utilizado pelo time.
— Muitas vezes você pode ter resultados com posse de bola. Eu penso que é um time muito qualificado, muito técnico, onde eu já posso adiantar para vocês, independente do sistema que for jogado, vai ter muita valorização de posse de bola, vai ter bastante a bola, entregar menos a bola para o adversário, ter mais controle do jogo. Isso eu já posso adiantar para vocês, independente de ser 3-5-2, 4-4-2, 4-2-3-1, 4-3-3. Vou trabalhar muito a questão da valorização da posse de bola.
— Esse trabalho já começou ontem e hoje a gente já voltou a fazer com o grupo. O elenco ainda está separado por conta dos exames que estão sendo feitos, mas é algo assim que a gente vai priorizar muito a valorização da posse de bola pela qualidade do elenco e dos jogadores que temos.
Como usar os meias?
— Não vejo mais o Coutinho como um jogador de lado, vejo ele como um armador. Adson é um jogador que acompanho há muito tempo. Vou ter a oportunidade agora de trabalhar mais com ele. Penso que ele é mais armador, enquanto o Guilherme (Estrella) é mais finalizador. Ele tem mais presença de área. Jogam nas mesmas funções, mas o Adson pisa menos na área. Ele precisa mais, vamos trabalhar isso. O Estrella tem mais esse cheiro do gol. Eu não tenho o Adson para o início da temporada, acho que vai demorar mais um pouquinho para termos ele.
Fonte: ge