Felipe, o Maestro, foi anunciado como diretor técnico do Vasco no dia 6 de junho. Recentemente completou três meses no cargo, portanto. Mas muitos torcedores ainda desconhecem o que ele faz na prática, quais são suas atribuições no dia a dia do clube.
“O Felipe é um cara muito importante”, disse o presidente Pedrinho.
– Está ali no dia a dia com o (Rafael) Paiva, com o Marcelo (Sant’Anna). Tem uma relação ótima com os jogadores, faz parte do processo de análise de atletas, conversa com os jogadores, bate papo estratégico com Paiva e Marcelo. É um cara muito forte no dia a dia, muito querido pelo grupo, de muita capacidade de entendimento de jogo. Maior vencedor da história do Vasco. Ele agregou muito, um cara muito importante – completou em entrevista ao “Programa Amigos FC”, na segunda-feira passada.
Bicampeão brasileiro (1997 e 2000), campeão da Libertadores de 1998 e da Copa do Brasil de 2011 com o Vasco, Felipe faz parte dos movimentos feitos por Pedrinho para “resgatar a essência” do clube. “Eu percebi que falta isso dentro do futebol, falta as pessoas entenderem o que é o Vasco”, justificou na ocasião.
Felipe bate ponto no Centro de Treinamento Moacyr Barbosa. Desde que assumiu como diretor técnico, foi a praticamente todos os treinos – a exceção foi o período recente em que contraiu Covid-19 e precisou repousar.
Ele tem como função auxiliar jogadores e comissão em parâmetros técnicos e táticos, embora a decisão sobre quem escalar ou qual estratégia adotar em uma determinada partida, por exemplo, seja sempre do treinador Rafael Paiva. Nos bastidores, é definido como um cara que procura enxergar o todo e busca de alguma forma contribuir para melhorar o desempenho do futebol.
Paiva e Felipe conversam muito no dia a dia. Aos 47 anos, sete anos mais velho que o técnico, o ex-jogador leva a vivência do campo para o cotidiano e comanda a resenha com histórias dos tempos de atleta. É muito bom de ambiente.
O Maestro não é de discursar no vestiário. Em vez disso, prefere ter conversas particulares com jogadores, quando aproveita para dar um conselho de posicionamento, puxa a orelha sobre uma tomada de decisão ou sugere o que deve ser feito em determinado momento de uma partida.
Essa é uma relação que funciona com os jogadores mais velhos, como Vegetti e Léo Jardim, até os mais novos: a subida de produção do Rayan, de 18 anos, internamente é atribuída à atenção e ao voto de confiança dados por Felipe e também por Pedrinho ao jovem atacante. A categoria de base é um dos focos do trabalho de Felipe, que também acompanha o gerente de transição Léo Matos em jogos de categorias inferiores.
Em dias de jogos, Felipe participa de toda preleção no vestiário e troca as últimas informações com jogadores. Mas, quando a bola rola, ele assiste às partidas na sala reservada aos analistas do clube e mantém um canal de comunicação com a comissão técnica.
Ativo no mercado
Felipe também entende muito de mercado e procura manter-se atualizado sobre o assunto, dizem pessoas próximas. É comum vê-lo conversando sobre o desempenho de alguém ou acrescentando o ano do nascimento de um atleta na ponta da língua: “Esse aí é 2004”.
Por isso, ele foi o fiel escudeiro do executivo de futebol Marcelo Sant’Anna nos movimentos feitos pelo clube na janela de transferências. A troca de informações entre os dois foi frequente na busca por reforços.
Felipe mostrou-se bastante ativo enquanto a janela esteve aberta e fez contato em nome do Vasco com empresários e jogadores, sempre sondando as condições pessoais, técnicas e táticas do potencial reforço. O aspecto financeiro das negociações era responsabilidade de Sant’Anna.
Fonte: ge