O Vasco chegou ao fim de mais uma janela de transferências na última segunda-feira, data que coincidiu com os dois anos da SAF. Neste período, desde a assinatura da venda para a 777 Partners, que não está mais no controle do futebol, o clube contratou 44 atletas e gastou R$ 276 milhões em cinco janelas. Veja no fim da matéria todos os valores dos reforços.
Na segunda da série de três reportagens que o ge preparou sobre os dois anos da SAF do Vasco, detalhamos os investimentos feitos por cada dirigente em cada uma das janelas. De Paulo Bracks com a 777 a Marcelo Sant’Ana com Pedrinho, passando pelos curtos períodos, mas agitados, de Alexandre Mattos e Pedro Martins.
Última janela
Com Pedrinho no comando do futebol, o Vasco teve uma janela diferente em relação às outras. Sem a expectativa de aportes e, consequentemente, grande orçamento, o clube de início mirou em um único alvo: repatriar Philippe Coutinho a qualquer custo. E deu certo: o retorno do cria que a torcida sempre sonhou aconteceu. Com ele também chegaram Alex Teixeira e Souza.
No entanto, o Vasco ainda tinha carências a serem resolvidas no elenco. As pontas, sobretudo depois da lesão de Adson, e a zaga precisavam de reforços. Emerson Rodríguez foi contratado por Pedro Martins, e Jean David e Maxime Dominguez chegaram na gestão de Marcelo Sant’Ana, mas nenhum zagueiro foi contratado.
Início do ano: grande expectativa e janela mais cara da SAF
Em 2024, o Vasco teve a janela que mais gastou. Com a expectativa do maior aporte previsto no contrato com a 777 e com Alexandre Mattos no poder, o time investiu cerca de R$ 120 milhões em nove contratações. Já no segundo semestre, sem a expectativa do aporte — com o afastamento da antiga sócia, que quebrou — e com Pedrinho no comando do futebol, o clube gastou R$ 20 milhões na janela do meio do ano.
Alguns dos investimentos feitos por Mattos estão entre as compras mais caras da SAF do Vasco, como João Victor (1º), Adson (2ª), Sforza (3º) e Clayton Silva (5º) — veja o ranking no fim da matéria. O dirigente foi demitido após 100 dias no cargo, por quebra de confiança e vazamento de informações.
Um perfil que pode-se traçar das contratações de Mattos foi a faixa de idade dos reforços. Com uma média próxima aos 26 anos, o Vasco apostou em jogadores com certa experiência no futebol brasileiro (David, Victor Luís e Paulo Henrique, em definitivo) e em outros que não vinham sendo aproveitados na Europa, como João Victor e Adson. Sforza foi uma aposta com potencial de revenda, e Galdames e Rojas chegaram para completar o elenco.
Hugo Moura, décimo reforço da janela do início do ano, foi contratado por Ramón Díaz e Lúcio Barbosa, no período no qual o Vasco ficou sem diretor esportivo. Mattos também foi o responsável por contratar Paulo Henrique em definitivo e por renovar o empréstimo de Praxedes.
Bracks e a aposta em jovens para reformular elenco da Série B
A segunda janela mais cara da era SAF do Vasco foi a primeira com a 777 no poder desde o início. O primeiro semestre de 2023 foi de reformulação geral no elenco vascaíno. Com Paulo Bracks no comando, o clube apostou em jogadores jovens com potencial de revenda, que atuavam no Brasil e em outros países da América do Sul, para a formação do time que voltava à Série A depois de dois anos na Segunda Divisão.
Foram gastos R$ 116 milhões em 16 reforços contratados por Bracks na primeira janela. Entre os principais investimentos, estão alguns dos pilares da equipe até hoje, como Léo Jardim, Paulo Henrique e Lucas Piton, e outros jogadores que fazem parte do elenco atual, como Léo, Puma Rodríguez e Jair. No entanto, apostas como Orellano, Pedro Raul e Capasso não deram certo.
Antes, ainda na Série B, o Vasco efetivou a compra de Palacios e Eguinaldo, também jovens, com o dinheiro antecipado da venda para a 777 Partners — que fez um empréstimo-ponte. Ambos entraram no levantamento porque exigiram compra dos direitos econômicos. A SAF, efetivamente, começou apenas depois do encerramento da 2ª janela de 2022
A janela certeira e mais importante
Com o péssimo rendimento dentro de campo e um time afundado na zona de rebaixamento, o Vasco teve que corrigir a rota na segunda janela de 2023. O clube apostou em jogadores experientes que chegassem para ser titulares. Maicon, Medel, Payet e Vegetti foram decisivos, assim como Paulinho Paula, um dos melhores custo-benefício do Vasco na era SAF.
A janela do meio do ano de 2023 foi a mais certeira do Vasco. Vegetti, Payet e Paulinho caíram nas graças da torcida, enquanto Maicon e Medel trouxeram experiência necessária dentro e fora de campo.
As contratações de Praxedes e Sebastián Ferreira puxam a média de idade para baixo, mas, na comparação entre as duas janelas de Bracks, o Vasco saiu de um time com reforços com média de 24 anos para uma média próxima aos 30.
Após a permanência na Série A, Bracks foi demitido sob a justificativa de que o planejamento esportivo não havia tido sucesso, segundo a visão da 777 Partners e do ex-CEO Lúcio Barbosa. Com grande investimento, o Vasco sofreu até a última rodada para escapar do rebaixamento.
Quem ficou e quem saiu?
Dos 44 reforços neste período, 27 fazem parte do atual elenco do Vasco. Cinco estão emprestados a outros clubes: De Lucca (Ceará), Orellano (Cincinatti), Capasso (Nacional), Serginho (Criciúma) e Clayton Silva (Rio Ave). Outros oito não tiveram os empréstimos renovados com o Vasco e foram embora, enquanto quatro foram negociados em definitivo. O caso de mais destaque é o de Pedro Raul, que foi contratado por R$ 10 milhões e vendido por R$ 24 milhões sete meses depois.
Alguns jogadores nem chegaram a atuar pelo Vasco, caso do lateral-esquerdo Jefferson, contratado no meio do ano passado, e Keiller, que está no atual elenco. Outros como Rwan Cruz e Carabajal atuaram por pouquíssimos minutos, 32 e 90, respectivamente.
No período de dois anos, o Vasco teve boas vendas, com destaque para as transferências dos crias de São Januário Gabriel Pec, Marlon Gomes e Andrey Santos. No montante total das vendas, o Vasco arrecadou cerca de R$ 230 milhões.
Fonte: ge