Adson vive no Vasco sua melhor sequência como titular na carreira. Antes de ser poupado contra o Grêmio, no domingo, o atacante completou 10 jogos no time. Nesta quarta-feira, ele volta pra casa para enfrentar o Atlético-GO. O jogador não é de Goiânia, mas se sente em casa na capital do estado onde nasceu. O jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil será às 21h30 e terá transmissão da Globo.
O atacante é de Aruanã, cidade de 10 mil habitantes no interior de Goiás. Os pais dele ainda vivem lá, mas a família e os amigos sempre vão a Goiânia quando Adson vai jogar na capital. Nesta quarta, eles vão apoiar o jogador na busca por encaminhar vaga na próxima fase da Copa do Brasil, competição que ele confia que o Vasco pode conquistar em 2024.
– A gente está muito empolgado com a competição, acho que o momento também favorece isso. É uma competição muito difícil, mas sabemos da importância que é para o clube. É a nossa principal competição, que a gente tem condições de brigar por título. A preparação está sendo muito importante, principalmente esses jogos, essa sequência do Brasileiro. Para a gente organizar o time, ficar com o time fechadinho, e poder se Deus quiser chegar numa final, quem sabe ganhar o título – disse Adson em papo com o ge.
– Expectativa muito alta, a gente sabe da qualidade do Atlético-GO, é um time muito bom. A gente está trabalhando bastante, estamos muito fechados e esperamos fazer um grande jogo. Eu acho que, por termos enfrentado eles recentemente, é mais difícil ainda, porque a gente ganhou, eles analisam o jogo, como a gente também analisa, mas acho que isso pode dificultar mais pela questão de já se conhecer bem – completou o atacante.
Revelado pelo Corinthians, ele chegou ao Vasco em janeiro deste ano, comprado por 5 milhões de euros do Nantes, da França.
Aprovado no Real Madrid
Titular absoluto com Rafael Paiva, Adson teve uma infância pacata em Aruanã, como qualquer criança do interior. Bom aluno, fruto das cobranças da mãe professora, ele herdou do pai, jogador de futebol amador, a paixão pelo esporte. E foi neste cenário de jogar bola na rua e nos campinhos da cidade que o atacante chegou ao Real Madrid.
A oportunidade apareceu quando ele tinha 12 anos. Considerado acima da média entre os pequenos jogadores da região de Aruanã, Adson chamou atenção de um empresário que acompanhava um amistoso no interior goiano.
– Foi meio do nada. Nesse jogo eu fiz oito gols, era um amistoso contra outra cidade vizinha. Ele falou para a gente fazer um material, fazer um DVD para mandar para o Real Madrid. Depois, chegou o convite para eu fazer um período de treinamentos lá – recordou Adson, que adicionou:
– Fiquei 22 dias lá. Falaram que tinham gostado de mim, que era para eu voltar, mas não queriam me dar ajuda de moradia. Na época eu era muito novo, não conseguia ficar sozinho, eu teria que ficar sem os pais, então a gente achou melhor voltar e continuar aqui no Brasil.
Na volta a Aruaña, Adson deu sequência aos treinamentos em clubes da região. Passou pela base do Atlético-GO e foi captado por um olheiro do Corinthians quando disputava o Campeonato Goiano Sub-20 pelo Jaraguá.
Momento no Vasco com o ídolo Coutinho
Antes de Rafael Paiva assumir o comando do Vasco, Adson tinha tido pouca sequência com os técnicos anteriores – Ramón Díaz e Álvaro Pacheco. No Rio de Janeiro, o atacante alcançou o maior número de jogos seguidos na carreira.
– Não tem frustração nenhuma (com as poucas chances com Ramón). Em todo clube tem um período de adaptação. Eu tinha pouco tempo aqui, acho normal oscilar, não se firmar tão bem na equipe. Talvez também por eu ter ficado um tempo sem jogar na França, não estava tão bem fisicamente, não estava no meu melhor momento. Respeito as escolhas, continuei fazendo meu trabalho. Não sou tanto de falar, sou de trabalhar, acho que estou colhendo o que plantei lá no começo – comentou o atacante de 23 anos.
O bom momento de Adson passa por dois pontos: a evolução física e a liberdade que ele ganhou com Rafael Paiva:
– Estava mal fisicamente, agora estou me sentindo melhor fisicamente. O preparador físico Daniel tem me ajudado muito, os fisioterapeutas. Acho que é muito trabalho, dedicação. O professor Rafael também tem muita estrela, fico muito feliz por ele estar vivendo esse momento, pelo Vasco estar vivendo esse momento. Acho que é daqui para a frente – destacou ele.
– O Paiva é muito “faz o que você sabe fazer de melhor”. Ele perguntou para mim onde eu me sentia bem, eu falei para ele. Ele deixa eu fazer o que eu sei fazer de melhor. Como jogo hoje no Vasco é a maneira como sempre joguei, a maneira que eu me sinto bem – acrescentou.
No início deste mês, Adson encontrou no Vasco um ídolo dos tempos em que ainda sonhava com a profissionalização no futebol. Nesta quarta, ele deve ser titular ao lado de Philippe Coutinho.
– Para ser bem sincero, até falei quando eu cheguei no Vasco. Me perguntaram quem que era o meu ídolo, eu falei que era o Coutinho. Porque é um cara que eu me inspiro muito, pelo que ele fez na Seleção, fez na Europa. Pela característica dele também, acho um pouco parecida com a minha. Fico muito feliz de estar no dia a dia com ele, um cara sensacional também, uma pessoa incrível. Eu tenho certeza que ele vai ajudar bastante a gente nessa reta final – concluiu Adson.
Fonte: ge