O ex-presidente do Vasco Jorge Salgado enviou posicionamento ao ge sobre o balanço 2023 que será publicado pela gestão Pedrinho nesta terça-feira. O ex-presidente rebate as informações publicadas na semana passada, sobre levantamento da atual gestão do associativo a respeito do salto para cerca de R$ 200 milhões por classificação de dívidas que Salgado chamava de “ocultas”.
– Espero que a boa técnica contábil prevaleça – diz Salgado, ao ge.
A íntegra da carta enviada à reportagem está publicada mais abaixo. Nela, o ex-presidente cita as contigências possíveis – que é previsão de passivo que pode ou não se confirmar em instâncias judiciais – de outro club. No caso, do Palmeiras, que apresenta em balanço de 2023 contingências de R$ 390,8 milhões, mas declara apenas R$ 17,5 milhões (4,5%) de dívida. O Vasco, em 2022, declarou 18%, correspondente a R$ 35,4 milhões de dívidas das contingências totais de R$ 195,7 milhões.
O ex-presidente, que foi procurado na semana passada e não quis se manifestar por mais de uma vez, assim como a atual gestão Pedrinho, lembra que os quase R$ 200 milhões – mais precisamente R$ 195,7 milhões – eram descritos no balanço de 2022 e eram de conhecimento do Conselho Fiscal, que tinha em Silvio Almeida, atual vice de finanças de Pedrinho, um dos membros, e foram aprovadas no Conselho Deliberativo do clube.
Salgado diz que vai causar “espanto” se a gestão Pedrinho transformar as contingências – que podem ser revertidas na Justiça ou depois quitadas com descontos ou em acordos – em dívidas nas demonstrações financeiras de 2023. Ele lembra que os números “eram de conhecimento de todos, pois foram devidamente analisadas por comissão composta por 15 conselheiros (incluindo membros da oposição e do Conselho de Beneméritos) e publicada no site oficial do CRVG”.
– Causa estranheza, portanto, que o tema ressurja agora com a falaciosa denominação de “passivo oculto – diz trecho da carta de Salgado.
– (As dívidas) não têm absolutamente nada de “ocultas”: elas foram apresentadas para o Conselho Fiscal, à comissão do Conselho Deliberativo e, inclusive, divulgadas em nota explicativa no Balanço do Clube de 2022 – reforça na carta, afirmando também que mesmo que o clube, hoje, contabilizasse que perderia todos os processos poderia conseguir descontos em acordos judiciais.
Salgado contesta também o saldo da conta corrente e os possíveis valores devidos.
Fonte: ge