Integrante da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) mostrou estar “espantado” com a falta de atitudes da CBF e do STJD depois que teve acesso, em reunião secreta no Senado Federal, aos documentos entregues por John Textor, dono da SAF do Botafogo, que prestou depoimento nesta segunda-feira (22/4).
– Ele é um mensageiro. A todos aqueles que nos assistem, que tenham denúncias para fazer, que essas denúncias ao menos tenham indícios, e há indícios, elementos técnicos apresentados pelo John Textor, há conteúdo. Me espanta como a CBF, que é a maior responsável pela integridade do futebol do Brasil, não foi a fundo. Como é que o STJD, que tem excelentes advogados contratados como auditores, não foi a fundo nisso. Há elementos técnicos, há conteúdo, há razões para investigar – disse Portinho no encerramento da sessão.
– O que o John Textor nos trouxe aqui podem não ser provas concretas, mas não tenho dúvida de que é fundamental que sejam essas investigadas para preservação da integridade e, para aqueles que pensem em fraudar resultados esportivos, desistam. Aqui, se todo ano tiver que abrir uma CPI, vamos estar aqui. Hoje, o que nos traz a inteligência artificial, a tecnologia… Quem resistir à tecnologia será atropelado pela história. Deve ser dado crédito a todo material aqui produzido, como nós daremos – completou.
O senador, que foi advogado desportivo, revelou que os relatórios e vídeos apresentados por John Textor disseram respeito também à arbitragem e, mais especificamente, ao VAR, sugerindo que as imagens disponibilizadas para o público podem ter sido editadas.
– Se você (falando em direção a Textor) estiver 100% certo ou 100% errado, já valeu, porque vamos sair dessa CPI com diagnóstico e propostas para melhoria do futebol brasileiro. Aprovamos a Lei das Apostas, mas o Estado ainda não está preparado para combater a manipulação. O que você nos traz é no mínimo um alerta, uma advertência, de que o Governo, a Polícia Federal, o MP e as confederações precisam se preparar rápido, porque há casos de má interpretação da regra do jogo, há casos de edição do VAR, do que é passado na TV e há casos de comportamento de atletas que eu, sozinho, considero um indício – finalizou Portinho.
Presidente da CPI, Jorge Kajuru (PSB-GO) completou a fala do colega.
– Apenas dizer aos jogadores, técnicos, dirigentes, árbitros, enfim, todos os envolvidos que podem ser amanhã investigados ou condenados, que prestem bem atenção nessas duas palavras: inteligência artificial – disse Kajuru.
Fonte: Redação FogãoNET