A condução do futebol foi uma tema recorrente nas perguntas de jornalistas ao presidente do Vasco associativo, Pedrinho. O dirigente concedeu entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira e, por nove vezes, respondeu “não posso falar”, para justificar cláusulas que o impedem de expor questões internas e possíveis discordâncias com os gestores do futebol da SAF.
Pedrinho também contou também receber cobranças frequentes de torcedores por maior participação no futebol, mas afirmou estar de mãos atadas.
– Em termos de autonomia, você continua sendo minoritário. O que as pessoas têm que entender, por exemplo, elas acham que se vender um jogador, 30% iria para o associativo. Não, só vamos ver o dinheiro se houver lucro no final da temporada, o que não aconteceu. E outras coisas assim, que eu não sei se posso falar. É melhor eu parar. Só para deixar claro “ah não pode falar porque tem algo misterioso”, não. Eu não posso falar porque não posso falar. Eu não sei até onde eu posso falar. É muito complexo, entendeu? – disse o dirigente.
– Não concordo com o contrato esportivo possuir cláusula de confidencialidade, onde o torcedor do Vasco é o maior acionista, maior patrimônio e não ter acesso às clausulas esportivas – afirmou Pedrinho.
O dirigente e ex-jogador tomou posse em janeiro com a promessa de ajudar o Vasco a voltar a ser “campeão”, mesmo sem o comando do futebol do clube, cujo controle foi negociado com investidores da norte-americana 777 – a associação é minoritária e detém 30% das ações do Vasco.
Mesmo com a limitação, durante a coletiva, ele afirmou ter procurado membros da gestão do futebol para oferecer cooperação. Mas não teve sucesso, por enquanto.
– As tentativas aconteceram, mas tem um limite. Não sei se estava sendo inconveniente. Tenho timing, não vou incomodar. Quando esse contato diminui é justamente para não causa incômodo ou interferência. Não quer dizer que não estou trabalhando. Eu estou aqui com o paralímpico, estou em reunião com o governador, com o Eduardo Paes, viajando para Brasília, trabalhando pelo estádio – contou.
Veja todas as vezes que o dirigentes repetiu a frase:
Aos 24 minutos (três vezes “eu não posso falar”) – Contrato está sendo cumprido?
– Eu não posso falar. relação fria hoje, muito mais de registros. Não concordo com um contrato esportivo possuir cláusulas de confidencialidade, é uma opinião minha tenho limitações contratuais, devido às cláusulas de confidencialidade de futebol. Eu não posso falar, espero que o torcedor entenda isso. Querer falar é uma coisa, poder é outra. Eu não posso falar, não quero causar danos à pessoa física ou à instituição.
Aos 33 minutos (duas vezes “eu não posso falar” e uma vez “não sei se posso falar”)
– Eu não sei se posso falar sobre contratações. Eu não posso falar, só se eu sair e virar comentarista de novo. Eu não posso falar
Aos 45 minutos (duas vezes “eu não sei se posso falar”)
– Tenho que ter cuidado de falar sobre centro de treinamento. É obrigação da SAF fazer a reestruturação, eu não sei se posso falar. A gente está cumprindo o que foi feito pela gestão anterior, não sei se eu posso falar isso.
Aos 58 minutos (quatro vezes “eu não posso falar” e duas vezes “não sei se posso falar”)
– Eu posso falar do lucro? A gente vai entrar no mérito do contrato. (…) A gente só vai ter dinheiro se tiver lucro no fim da temporada, o que não aconteceu. E outras coisas que eu não sei se posso falar, então é melhor parar. Eu não posso falar. Só para deixar claro, porque as pessoas falam: “Não pode falar porque tem algo misterioso”.
– Não, eu não posso falar porque eu não posso falar. Eu não posso falar, eu não sei até onde eu posso falar. É muito complexo, não sei se vocês estão me entendendo. Conversa de maluco, mas vocês estão me entendendo.
Aos 78 minutos
– Alguém quer fazer mais alguma pergunta que eu não possa responder?
Aos 81 minutos – O que quer falar na reunião com 777?
– Ajustes no contrato e conversa importante. Mostrar para eles algumas coisas que a gente percebe. Relação de sócios, roupa suja a gente lava em casa.
Fonte: ge