O Vasco não teve vida fácil, mas venceu o Marcílio Dias por 3 a 1, na noite desta terça-feira, e avançou à segunda fase da Copa do Brasil. No Estádio Doutor Hercílio Luz, o time encontrou muita dificuldade, sentiu falta de Payet e contou com as mudanças de Ramón Díaz para sair classificado.
O meia francês apresentou quadro gripal e ficou no Rio de Janeiro. Se estivesse em campo em Itajaí muito provavelmente o Vasco dominaria com mais tranquilidade o Marcílio Dias.
Mesmo sem o camisa 10 e sem substitutos à altura no elenco, Ramón Díaz decidiu manter o esquema com três zagueiros. Mas desta vez escalou o Vasco com apenas dois meio-campistas e mudou o ataque, com Adson e Rossi ao lado de Vegetti.
O Marcílio cedeu muito espaço na intermediário, e o Vasco não aproveitou tão bem. Coube a Adson fazer a função de Payet. O atacante, que atua pelo lado, teve liberdade para flutuar no meio e até participou bem do jogo no primeiro tempo. Criou uma chance perigosa e fez o segundo gol, garantindo a vantagem no intervalo. Mas não tem a mesma visão de jogo do francês.
Quem ajudava na construção era Rossi, que jogou mais perto de Vegetti. Após Vegetti “raspar” bola longa que veio da defesa, o atacante esperou e deu passe rasteiro para o argentino abrir o placar no Hercílio Luz. Mas o gol não colocou o Vasco na situação confortável que se esperava.
Se o meio-campo despovoado pesou para a construção, pesou também para a marcação. Assim como o Marcílio, o Vasco tinha um buraco à frente da zaga e deixava o adversário ocupar esse espaço da forma que quisesse. Interessado na vitória, o time mandante dificultou a saída de bola e levou perigo na bola aérea, sua principal arma em casa. Foi pelo alto que viu a equipe carioca falhar coletivamente na marcação para marcar o gol de empate.
Mesmo sofrendo o segundo gol ainda antes do intervalo, o Marcílio não vendeu barato a derrota. E fez Ramón Díaz contrariar o ditado “em time que está ganhando não se mexe”. O treinador argentino e seu auxiliar Emiliano mexeram, e muito.
Em time que está ganhando se mexe, sim
Ainda no primeiro tempo, com a vantagem no placar, Ramón fez a primeira mudança tática na equipe. Abriu mão do esquema com três zagueiros e foi para o tradicional 4-3-3, adiantando Medel para a linha de meio-campo. Foi para o intervalo assustado com o sufoco do Marcílio nos minutos finais.
O técnico manteve a formação na etapa final, mas trocou as peças, com Medel voltando para a zaga e Mateus Carvalho e Sforza entrando no meio. A ideia era controlar melhor o meio-campo e segurar o Marcílio, que seguiu pressionando e teve duas boas chances. Os erros de passes e a marcação baixa deixaram o Vasco em posição vulnerável nos primeiros minutos.
Mais uma vez Ramón não gostou do que viu. Mexeu mais. Na formação e nas peças. O treinador tirou os pontas, colocou mais um meia, e o Vasco passou a jogar no 4-4-2. O time ganhou fôlego e combatividade no meio-campo. Nesse momento aproveitou o buraco na intermediária do Marcílio para ampliar. O lance teve passe do Galdames entre os zagueiros para David chutar na saída do goleiro.
– Tem três sistemas trabalhados. O grupo sabe. Temos elenco para jogar com três sistemas. Depende do jogo, do momento do time e das peças. Sabemos que temos sete meses de trabalho com esses sistemas e fica muito mais fácil de buscar a perfeição – ponderou Emiliano Díaz após o jogo.
O terceiro gol, aos 28 minutos do segundo tempo, fez o Vasco respirar e impediu que o time se complicasse na estreia da Copa do Brasil. A vitória foi justa, mas o 3 a 1 ficou longe de refletir a dificuldade que a equipe de Ramón encontrou diante do Marcílio Dias.
– Fizemos muitas coisas boas, mas tem coisas para melhorar – reconheceu Emiliano.
O Vasco voltou ao Rio de Janeiro na madrugada desta quarta-feira. O próximo jogo será no domingo, às 18h10, contra a Portuguesa, em São Januário, pelo Campeonato Carioca. A comissão técnica vai avaliar junto ao departamento médico as condições de Payet para a partida.
Fonte: ge