O Vasco chegou a um acordo por Du Queiroz, do Zenit, mas o negócio não deve acontecer. Mesmo com a aprovação da 777, a conversa positiva entre os clubes e o interesse do jogador em se transferir a São Januário, a negociação não avançou nos últimos dias. O contexto? A guerra entre Rússia e Ucrânia.
Isso porque a mantenedora do Zenit é a Gazprom, estatal que é um pilar da economia russa com as exportações de gás. O grupo foi um dos principais alvos das sanções criminais ocidentais, de Estados Unidos e União Europeia, com a guerra entre Rússia e Ucrânia.
As negociações entre os clubes correram bem. Com a aprovação da 777, empresa norte-americana que detém 70% do futebol do Vasco, o clube fecharia a contratação de Du Queiroz por empréstimo para suprir as carências no meio de campo, com as lesões de Jair e Paulinho.
No entanto, a Gazprom, mantenedora e patrocinadora do Zenit, faz parte de uma das listas de empresas sancionadas pelo governo dos Estados Unidos, que proíbe – e não recomenda – negociações com pessoas físicas ou jurídicas norte-americanas, como a 777 Partners, sob possibilidade de processos criminais.
Mesmo com a Vasco SAF sendo uma empresa brasileira, o capital é norte-americano.
Diante deste cenário, a negociação estagnou e é vista como improvável de acontecer. Sem saída, a 777 e o Vasco seguirão no mercado atrás de outro jogador para a posição de volante.
Sanções no futebol
Não é a primeira vez que sanções com a Gazprom afetam o futebol. Além de ser acionista do Zenit, da Rússia, a empresa exportadora de gás era patrocinadora da UEFA e do Schalke 04, por exemplo. Com a guerra entre Rússia e Ucrânia, todos os contratos foram encerrados.
A Fifa baniu a Rússia de todas as suas competições e não conta mais com a Gazprom entre suas patrocinadoras, parceria estabelecida desde 2014.
A Gazprom é a maior empresa russa do ramo de energia e também a maior exportadora de gás do planeta, sendo fornecedora fundamental para diversos países europeus com economia forte. A gigante é patrocinadora do Schalke desde 2007 e tem outros investimentos importantes no futebol europeu, também sendo uma parceira antiga da Uefa, a ponto de patrocinar a Liga dos Campeões.
Inclusive, é a gigante russa que dá nome comercial ao Estádio Krestovsky, em São Petersburgo, local para onde a final da Liga dos Campeões 2021/22 estava marcada. Casa do Zenit – clube também patrocinado pela empresa – e palco de duelos na Copa do Mundo de 2018, o estádio perdeu o direito de sediar a final da Champions de 2021/22 por conta do conflito entre russos e ucranianos.
Fonte: ge