Com o treinador argentino, o Vasco da Gama tem 4 vitórias e 2 empates em 9 jogos disputados no Campeonato Brasileiro.
Não há outra palavra para definir o momento do Vasco do que empolgação. De volta a São Januário, a equipe goleou o Coritiba por 5 a 1 em sua melhor atuação no Campeonato Brasileiro e dá muitas razões para o torcedor acreditar que a fuga do rebaixamento é possível.
A reação tem nome e sobrenome: Ramón Díaz. O treinador tem 4 vitórias e 2 empates em nove jogos, um aproveitamento que deixaria o time fora do Z-4.
Não são apenas os resultados que animam. O Vasco joga bem com Díaz. O treinador achou um time com Paulinho como meia, Zé Gabriel de primeiro volante e ganhou um goleador em Vegetti, que já fez cinco gols com a camisa do cruz-maltino.
É uma escalação diferente dos treinadores anteriores, com uma nova forma de jogo que torna o time tão ofensivo como o de Barbieri – são nove gols nos últimos dois jogos, mas um pouco mais equilibrado na defesa. O resultado são pontos valiosos na fuga do Z-4.
Esquema base: 4-1-4-1, com Zé Gabriel de primeiro volante
Com alguns reforços importantes, Diáz achou um time que potencializa a característica de Pec, Payet e encaixa Paulinho no meio como uma luva: um 4-1-4-1. Zé Gabriel é o primeiro volante e tem um papel de defender e proteger a área. Já Praxedes e Paulinho jogam indo e voltando, como meias com liberdade para encostar no ataque. Na frente, Rossi, Pec, Payet e Serginho já formaram o tridente ofensivo com Vegetti.
Laterais mais ofensivos com a saída de três no início das jogadas
Um dos padrões mais fortes de Díaz no time é uma iniciação de jogadas ofensivas com Zé Gabriel mais próximo dos zagueiros. Ele busca a bola numa linha de três e libera Pumita e Piton para jogarem espetados, no ataque. Com isso, Praxedes e Paulinho ocupam um espaço bem grande entre as linhas de marcação do adversário e têm liberdade para articular o jogo.
Quando se fala em padrão de jogo, é importante lembrar que ele não acontece só em um jogo. Também não é ele que vence ou não. Padrão é o que é repetido pelos jogadores na derrota ou na vitória e que torna o time uma unidade.
A saída de três é um padrão de Ramón Díaz porque ele treina e todos executam. Aconteceu também contra o Flu: Zé vindo buscar a bola lá de trás, Praxedes e Paulinho ocupando espaços na frente dessa linha de três e o resto do time esperando a bola no ataque, pronto para chegar ao gol. O Vasco consegue ter mais volume de jogo ataca de forma direta e rápida com esse jeito de construir.
Jogadas laterais e ataque de espaços
Depois da saída de três, outro padrão comum com Díaz é um time que chega muito pelos lados e ataca espaços em direção ao gol.
Funciona assim: a bola chega muito em Pumita e Piton. Como eles jogam espetados, são opções de jogo direto para o Vasco ter presença no ataque. Existem trocas também: Payet pode chegar pelo lado, Praxedes…toda vez que um jogador do Vasco pega a bola no ataque, quem está perto corre para frente e ocupa um espaço na frente. Uma triangulação para o time ir avançando.
Todo mundo tem liberdade para sair de onde está e buscar a bola. Mas quem está perto, precisa dar opção de jogo. Até Vegetti sai da área e todo mundo vai lá e ataca espaço. Veja:
Todos os jogos de Díaz no Vasco tem esse padrão. Os nomes até mudam, a ideia é sempre a mesma: jogada chega na lateral, quem está próximo ataca espaço e os meias pisam no espaço para ficar perto ou aproveitar uma entrada na área. Olha o mesmo padrão acontecendo contra o Fluminense, também:
O ataque de espaço serve para a chegada lateral e também no ataque. Quando chega no chamado terço final, todo mundo precisa correr para frente e receber no espaço, nas costas da defesa adversária. Seja pelos lados ou por dentro, com Praxedes chegando bastante no ataque.
A fuga do rebaixamento não é uma tarefa fácil. Apesar do bom momento, ainda são muitos pontos para disputar e mais ainda para sair da zona do incômodo e evitar um novo desastre. Missão que se torna a cada jogo mais possível com o trabalho do argentino Ramón Díaz no Cruz-Maltino.
Fonte: ge