A entrada da 777 Partners no comando da SAF vascaína mudou o perfil do cruz-maltino. De um player com recursos limitados, que buscava apenas boas opções gratuitas ou de baixo custo como empréstimos, jogadores sem contrato ou atletas com fácil liberação de seus clubes, o Vasco se tornou um comprador. Este ano, faz o maior investimento das últimas dez temporadas.
As negociações fechadas até aqui, de Palacios, Pedro Raul e Léo (De Lucca chegou sem custos), com suas particularidades de pagamento, totalizam R$ 34,4 milhões, montante que pode crescer com as possíveis chegadas de Lucas Piton e Luca Orellano. O valor é quase cinco vezes o que o cruz-maltino havia investido no mercado desde 2013. De lá para cá, as únicas transações com valores significativos foram de Galarza, MT, Benítez e Montoya, que somaram R$ 7,7 milhões. Dos quatro, Benítez foi quem mais rendeu em São Januário, mas acabou saindo no ano em que o clube renovou seu empréstimo.
A chegada de Pedro Raul mudou um paradigma: sem o novo projeto de futebol, ligado diretamente ao poder financeiro recém-adquirido, dificilmente um vice-artilheiro do Brasileirão optaria pelo Vasco. — Eles me passaram uma confiança na SAF, de um projeto que vai montar um grupo competitivo. É um projeto de médio a longo prazo, acredito que se encaixe comigo. De ter a segurança de jogar em um grande clube, em um gigante como o Vasco, e a certeza de que vai em busca de títulos também — avaliou o atacante em sua apresentação.
Esse tipo de impacto no mercado funciona como um posicionamento, um poder de barganha para convencer futuros reforços de peso a desembarcarem em São Januário. Mesmo que o cruz-maltino, retornando da Série B, esteja fora das grandes competições sul-americanas. Foi assim que o Vasco tirou Léo do São Paulo e é como pretende tirar Piton do Corinthians e Orellano do Vélez. Léo era peça importante no esquema de Rogério Ceni, enquanto Piton iria para mais um ano de Libertadores.
Esse convencimento é especialmente importante à medida que o clube parece traçar o perfil jovem e experimentado no alto nível como o ideal para investir. Orellano, destaque da última Libertadores e na mira da Europa, precisou se encontrar com dirigentes para alinhar as conversas.
Em sua última entrevista coletiva, o diretor de futebol Paulo Bracks explicou que o avanço no mercado não deve ser feito todo agora:
— Tenho que deixar uma reserva para possíveis saídas, além de novas investidas no meio do ano. Não me agrada começar o Brasileiro com apenas 40% do elenco montado. Quero um planejamento otimizado, mas vou precisar agir na janela do meio do ano.
Fonte: Extra Online