Para quem ao longo da história contou com Evair, Viola e Luizão, o Vasco se acostumou a ter um artilheiro que faça a diferença. De todos os recentes centroavantes vascaínos, no entanto, Germán Cano – que vestiu a 14 – foi aquele que viveu a melhor fase no time. O 9, número místico dos goleadores e que agora pertence a Pedro Raul, há muito tempo não é uma unanimidade entre a torcida.
Primeiro reforço da era da SAF do Vasco, o atacante ex-Goiás, apresentado na última segunda-feira, tem números superiores à maioria dos companheiros de posição que passaram pelo clube na última década.
A exceção à regra, neste caso, é Alecsandro. Campeão e artilheiro da Copa do Brasil de 2011 pelo clube, com direito a dois gols na final, ele foi um dos destaques na década. O jogador, que já vinha de ótimos anos com o Internacional, marcou 38 vezes em 96 jogos – sendo 25 gols apenas em 2012.
Desde então, a camisa 9 vascaína teve como dona alguns nomes que não se encaixaram na equipe. Raniel, centroavante do time em 2022, terminou o ano com 16 gols, mas foi questionado em diversos momentos da temporada e retornou ao Santos após o contrato de empréstimo.
Camisas 9 do Vasco na década:
André, em 2013, com 12 gols em 27 jogos
Thalles, em 2016, com 13 gols em 47 jogos
Luís Fabiano, em 2017, com 6 gols em 20 jogos
Andrés Rios, em 2018, com 12 gols em 54 jogos
Ribamar, em 2019, com 4 gols em 30 jogos
Ribamar, em 2020, com 4 gols em 34 jogos
Raniel, em 2022, com 16 gols em 45 jogos
* Nos anos de 2014 e 2015, o Vasco não teve numeração fixa; já em 2021, nenhum atleta do elenco vestiu a 9.
No recorte da última década, o argentino Gérman Cano foi o grande destaque do ataque vascaíno. Embora tenha vestido a 14, número que o acompanha até hoje no Fluminense, o argentino fez duas grandes temporadas individuais e encerrou a passagem por São Januário com 43 gols em 101 jogos – se tornou o estrangeiro com mais gols pelo Vasco.
Mesmo assim, apesar de ter feito sucesso no Independiente Medellín antes de vestir as cores vascaínas, Cano não chegou com o mesmo status que Pedro Raul, por exemplo. O novo reforço do Vasco foi o vice-artilheiro do Brasileirão e fez praticamente 50% dos gols do Goiás no campeonato – 19 de 40.
Além disso, o ano mágico com 26 gols em 50 partidas foi definitivo para consagrar uma nítida evolução em relação aos anos anteriores. As exibições de luxo e os golaços no Brasileirão fizeram o atacante ser notado por Tite, então técnico da seleção brasileira, ainda no meio da temporada.
– O Pedro Raul fez 12 gols no Goiás, é difícil porque (o Goiás) não tem a imposição técnica que essas grandes equipes têm. Fica aqui o reconhecimento a um cara que está fazendo gol adoidado. É o Fred atualizado – afirmou Tite em entrevista ao canal “3 na Área”.
Na apresentação oficial na última segunda, o atacante fez questão de ressaltar que seu principal objetivo é uma convocação para a Seleção visando o próximo ciclo. Porém, para isso, terá de honrar a camisa 9 e ser um dos protagonistas do Vasco de 2023.
– Todo clube do tamanho do Vasco tem que ter jogadores na Seleção. Tem que buscar esse perfil, é cabível e vou dar minha vida para o Vasco ter um jogador na seleção brasileira, não nego que é meu principal objetivo. Sei que tenho que render em campo, fazer meus gols e trabalhar muito – disse.
– Meu objetivo é ser melhor do que fui em 2022. Quero repetir, dar sequência e assim conseguir esses números. O camisa 9 é a referência das equipes, o jogador que fica mais perto do objetivo de todo time, que é o gol. Acredito que estou pronto para assumir esse desafio. Vou trabalhar muito todos os dias para estar à altura para ser o camisa 9 do Vasco – completou.
Fonte: ge