O Vasco viveu um dos piores momentos de sua história na atual temporada. Com uma campanha vexatória na Série B, terminando na 10ª posição, o time fracassou pela primeira vez na tentativa de conseguir o acesso à elite do futebol brasileiro. O departamento médico, porém, tem motivos para comemorar neste final de 2021.
O Cruz-Maltino teve um total de 23 problemas clínicos, que vetaram os jogadores de pelo menos um jogo oficial, o mesmo número da última temporada. Mas com uma ressalva importante, os percalços são maiores na Série B. Por isso, Gustavo Caldeira, chefe do departamento médico do Vasco, celebra o baixo número de lesões obtido na atual temporada.
– Estou muito feliz com nosso resultado esse ano. Com certeza a logística da Série B é pior e atrapalha muito a recuperação dos atletas, assim como os campos que aumentam a probabilidade de lesões traumáticas. Não ligo muito para o número de lesões, acho um dado frio e incomparável, e não é o departamento médico o maior responsável por isso, creio que esse mérito seja dos preparadores físicos, fisiologistas e treinadores que controlam a carga. Mas, fico mais feliz quando olho os indicadores que criamos esse ano e vejo que estamos no verde em todos eles: tempo de permanência no DM para cada lesão, número de reincidências de lesões, percentual de atletas no DM. Teremos um número baixo de lesões mesmo com uma distância percorrida em média, maior que a média das seleções da Copa do Mundo de 2014 e 2018 – afirmou, Caldeira, que chegou ao clube em março deste ano para coordenar o Departamento de Saúde e Performance (DESP).
Contratado no fim de maio, Michel foi quem mais desfalcou o time na temporada: 31 jogos. O volante chegou ao Vasco com uma alteração degenerativa no joelho esquerdo, o mesmo submetido a uma artroscopia em agosto do ano passado, quando ainda defendia o Fortaleza. Por sinal, no Leão do Pici ele também foi o jogador que mais perdeu partidas por lesão em 2020, com 39, no total. Por conta de dores no local, o jogador disputou apenas sete jogos com a camisa vascaína, o último foi contra o Confiança, no dia 03 de julho, pela nona rodada da Série B.
Os experientes Ernando e Marquinhos Gabriel foram os jogadores com mais idas ao DM: 3 vezes, cada. O zagueiro teve duas lesões na coxa direita e um trauma no ombro esquerdo. O meia, por sua vez, ficou afastado dos gramados por problemas na coxa esquerda e dores no tornozelo.
Redução significativa nos casos de Covid
O Vasco sofreu com surto de Covid-19 no elenco na última temporada. Segundo levantamento do ge, o Cruz-Maltino foi o clube da Série A com mais atletas infectados pelo coronavírus até novembro de 2020, com 43 casos. No entanto, o cenário mudou na atual temporada. De março até aqui, foram oito atletas contaminados: Lucão, Riquelme, Sarrafiore, Morato, Romulo, Vanderlei, Daniel Amorim e Léo Matos.
– Nos preocupamos em criar processos para termos respostas rápidas, e com a Covid-19, aprendemos que protocolos fazem diferença e evitam contaminações. Temos cartilha de prevenção de Covid, avaliação pós-infecção por coronavírus e protocolo de retorno pós-infecção para assintomáticos e sintomáticos. Todo atleta que foi pego em aglomerações foi testado e afastado por um período seguro, depois foi testado novamente após o retorno – explicou Gustavo Caldeira.
Critérios e Metodologia
As informações levantadas para esta pesquisa foram retiradas no site oficial do Vasco e confirmadas pelo departamento médico do clube, além do apurado pelos setoristas do ge no dia a dia.
O recorte temporal deste levantamento foi de 26 de fevereiro de 2021 até a data da publicação desta matéria: 08 de dezembro de 2021. Todas as baixas médicas sofridas pelos jogadores fora desse universo temporal não entraram na pesquisa.
O critério para inclusão de um atleta no levantamento foi o veto pelo departamento médico de pelo menos uma partida oficial por motivo clínico. Todos os problemas médicos que impediram a escalação do jogador na equipe para a partida seguinte foram computados no levantamento. Jogadores poupados e com desgaste físico não entraram na conta assim como problemas fisiológicos.
Fonte: ge