E para melhor dialogar com o torcedor sobre esse momento tão difícil do time e, porque não dizer do Club, nada melhor do que um craque do passado, para muitos, ídolo cruzmaltino. Com glórias em seu histórico como atleta do Vasco (bicampeão carioca 1987-1988, campeão brasileiro em 1989 e, novamente, bicampeão carioca em 1992 de forma invicta após quarenta e três anos, onde também foi o artilheiro do time nessa competição; e 1993), o ex-meia ofensivo Bismarck – cria do Vasco da Gama no final da década de 1980 – participou do debate promovido na última segunda-feira à noite no canal de YouTube “Atenção, Vascaínos”.
Inicialmente, Bismarck demonstra clara decepção quanto à crise de identidade desse time do Vasco. Para o ex-atleta, entre outras palavras, o grupo se mostra muito instável emocionalmente, ainda que, segundo o próprio, a partida tenha seguido um rumo em que parecia que tudo ajudaria o time a obter um resultado positivo (o próprio VAR, que anulou um gol da equipe alagoana e que avisou sobre o pênalti dado ao Vasco e convertido por Germán Cano logo no início).
“A gente esperava que o time do Vasco pudesse se motivar, se identificar por conta da torcida que estava a semana inteira esperando esse jogo e apoiando o time a todo momento… a gente esperava que o time do Vasco pudesse entrar em campo muito diferente do que foi visto durante o jogo”, afirmou Bismarck, que sobre a questão da identidade do time, completou: “o Vasco não se impõe, mostra para o adversário, em sua casa, que aqui (São Januário) quem mandamos somos nós! Não fez isso contra Londrina, contra outros times e contra o próprio CSA”.
Outra preocupação levantada pelo cria da Colina foi quanto à experiência do time em determinados momentos da partida. Mas não somente isso: para Bismarck, ainda falta mais desejo aos jogadores nas disputas de bola com os adversários.
“A gente vê que o time toma os gols por falta de experiência, por falta de aguerrimento. Quando os jogadores do CSA disputavam a bola com esse time do Vasco, ganhavam todas. Parecia que os jogadores do CSA estava competindo para ser campeão da Série B e o Vasco era um coadjuvante…o time voltou a jogar descompactado”.
E sobre essa descompactação tática, Bismarck aproveita para levantar questões que são as mesmas do torcedor vascaíno: o porquê da insistência com alguns jogadores no time titular. Entre eles, o ex-atleta cita Zeca, Morato e Léo Jabá, esse último que deveria jogar pela direita e não mais pela esquerda para tentar render alguma coisa. Na opinião do ex-jogador, faltam jogadas triviais ao time, em especial, quando Nenê não está em campo.
“Não tem triangulação, ele (Fernando Diniz) volta a insistir com Zeca e com Morato, o Andrey entrou e a gente esperava que ele pudesse jogar um pouco melhor e não jogou…o time fica muito dependente do jogador que ficou fora da partida, que foi Nenê. Sem ele, não tem uma jogada de criação ou de profundidade. Fica na dependência do Germán Cano. Ficamos com uma zaga muito instável também”.
Em síntese, ao ser perguntado sobre mais um jogo importantíssimo para o time – este, diante do Guarani na próxima quinta-feira à noite no Estádio Brinco de Ouro da Princesa, Campinas, às 21h30min – Bismarck não se furta a dar sua opinião. Para ele, o time não tem autoconfiança e dá a entender que se acovarda perante os jogos decisivos. Na opinião do ex-craque, ele próprio já não tem mais esperanças no acesso à Série A em 2022:
“Se o time do Vasco ver uma entrevista dessa do Indio (jogador do Guarani) afirmando que, para eles, é mais uma decisão, ferrou! É capaz desse time nem querer ir para Campinas! O negócio está tão feio que eu não tenho mais esperanças! Se o Vasco subir será por força de sua camisa, de sua torcida, mas a depender do que estamos vendo desse time, será uma surpresa para mim!”.
Fonte: Supervasco