Os clubes da Série B tiveram ontem (27) uma reunião com a CBF e representantes da Globo, no Rio, na qual expressaram o desejo de acelerar as negociações com a emissora para os direitos de transmissão da competição a partir de 2023.
O contrato atual termina após a edição 2022, mas os dirigentes — representados pelo bloco que é membro da Associação Nacional de Clubes de Futebol (ANCF) — pretendem abrir conversas ainda em 2021.
“A Série B hoje não é a mesma de três, quatro anos atrás. A Série B está com clubes de expressão. A gente tem que começar a dar um norte”, disse Francisco José Battistotti, presidente do Avaí e da ANCF.
Como princípio básico, os clubes da Série B querem reduzir a distância em relação à Série A em termos de receita com direitos de transmissão. Atualmente, cada clube ganha até R$ 8 milhões por temporada, sendo R$ 2 milhões para logística. Assim, o contrato fica numa base de R$ 160 milhões anuais. O vínculo é assinado com a CBF, que faz o repasse para os clubes.
Quem tem torcida e uma base maior de assinantes no pay-per-view, como Cruzeiro, Vasco e Botafogo, opta por uma modalidade diferente, recebendo de acordo com o número que aparece nos registros da Globo.
“Vamos ver se a gente fecha no fim do ano para que a gente melhore o nosso produto. Hoje, o produto Série B está um pouco defasado. Precisamos aumentar”, explicou Battistotti.
Os clubes da Segunda Divisão contrataram uma pesquisa junto ao Ibope/Repucom para verificar a audiência do campeonato nas respectivas praças. O resultado ajuda a reforçar a visão de que o valor recebido pelo torneio é pouco.
Na reunião de ontem, que teve participação do presidente em exercício da CBF, Ednaldo Rodrigues, os representantes da Globo ficaram de oficializar a primeira proposta em breve. Os cartolas dizem conversar com outros interessados. A presença da CBF significa que os clubes participarão de forma mais intensa das negociações.
“Vamos analisar o que o mercado paga e o que é melhor para nós. O que nos interessa é ter um valor real para o que é a Série B. Não pode ficar na proporção 10/1 em relação à Série A”, acrescentou o dirigente, sem revelar a meta para não perder poder de barganha diante do mercado.
Dentro dessa negociação, a ideia é separar um percentual do bolo para criar uma espécie de paraquedas para os clubes rebaixados à Série C. A hipótese atual varia entre 4% e 5%. A ideia é ajudar quem é rebaixado para a B e também quem não sobe da C.
“O que acontece: 20% dos clubes da Série C vão integrar a Série B. E o contrário vai para a C. Temos que estar juntos, criar um produto também. A Série C hoje está à míngua. Queremos um paraquedas para que o clube rebaixado se sustente. E Deus permita que os clubes da Série A também tenha esse pensamento”, completou o presidente do Avaí.
Fonte: UOL