Análise: Vasco muda técnico e esquema, mas volta a perder de 3 a 0 para Flu

O Vasco estreou na temporada 2017, no dia 29 de janeiro, com uma derrota por 3 a 0 para o Fluminense. Muita coisa mudou de lá para cá. Reforços chegaram, Cristóvão Borges foi substituído por Milton Mendes, o novo treinador mudou jogadores e esquema tático… Mas o placar do reencontro entre as duas equipes, dessa vez pelas semifinais do Campeonato Carioca, acabou o mesmo: 3 a 0 para o Tricolor.

Dos 11 jogadores que iniciaram aquela partida, há distantes três meses, apenas quatro começaram como titulares neste sábado: Martín Silva, Rodrigo, Henrique e Nenê. Naquela ocasião, o Cruz-Maltino foi a campo também com Madson, Luan, Julio dos Santos, Andrezinho, Escudero, Eder Luis e Thalles, e acabou pega por um surpreendentemente veloz time do Fluminense, montado rapidamente por Abel Braga durante a pré-temporada.

Milton mudou a cara do Vasco assim que chegou

Assim que assumiu o Vasco, no meio de março, Milton efetuou mudanças que deram nova cara ao time do Vasco. Promoveu a entrada de Yago Pikachu no lugar de Escudero e colocou o lateral como ponta direita para dar mais velocidade ao ataque, pôs Andrezinho pelo lado esquerdo e recuou as linhas de marcação da equipe para jogar no contra-ataque. Além disso ganhou um reforço de peso, o recém-chegado Luis Fabiano.

As mudanças surtiram efeito. Sob comando do novo técnico, o Gigante da Colina estava invicto e com a auto-estima recuperada. Em seis jogos, havia vencido quatro e empatado dois. De quebra, ainda levara o título da Taça Rio na semana passada.

Para desbancar Flu, Vasco decidiu entrar com postura diferente

Mesmo Milton Mendes não tendo comandado o time do Vasco naquele fatídico 3 a 0 em janeiro, a velocidade do time do Fluminense já não era novidade para o treinador. Milton havia feito o dever de casa: acompanhado o jogo do Tricolor contra o Goiás na última quarta-feira pela Copa do Brasil e sabia muito bem das qualidades do time de Abel.

Sabia também que precisaria mudar as características do próprio time se quisesse sair do Maracanã com a vitória. Com o Flu com a vantagem do empate, o Vasco não poderia se dar ao luxo de ficar esperando o adversário em seu campo para sair nos contra-ataques. Durante a semana, treinou o time mais adiantado, marcando por pressão e buscando mais o jogo.

E Milton ainda ganhou para este sábado uma opção que já havia lhe agradado na final da Taça Rio contra o Botafogo: a entrada de Guilherme no lugar de Andrezinho (dores na coxa), jogador mais cadenciado devido à idade e às características. Com isso, o treinador passaria a ter dois pontas velozes, Guilherme pela esquerda e Pikachu pela direita, que ainda ajudariam na recomposição da marcação sobre os ofensivos laterais do Flu, Lucas e Léo.

Escalação inicial do Vasco contra o Fluminense pela semifinal do Carioca (Foto: GloboEsporte.com)


Pontas vascaínos não conseguiram fazer a diferença

Na prática, porém, os pontas vascaínos não conseguiram se mostrar efetivos. Mesmo com a vantagem do empate, o Flu começou a partida melhor, propondo o jogo. O Vasco chegou a conseguir equilibrar no decorrer do primeiro tempo (chegando até a ser superior em determinado momento) com base em conexões diretas com o ataque, bolas levantadas na área e infiltrações pelo meio, mas acabou não marcando por pecar nas finalizações e por parar em Diego Cavalieri. Àquela altura, Douglas era quem mais se apresentava para buscar o jogo no meio de campo. Ainda na primeira etapa, Milton inverteu as posições de Pikachu e Guilherme para tentar dar mais movimentação ao setor ofensivo, mas os dois continuaram discretos na partida.

No segundo tempo, o Tricolor partiu para cima e marcou o primeiro gol logo aos 5 minutos com Richarlison, após cobrança de falta de Sornoza. O gol atordoou o time vascaíno e o Flu aproveitou o momento de descontração para marcar o segundo aos 10 – Lucas deu um chapéu em Rodrigo na entrada da área e cruzou para Wellington Silva completar para a rede.

Milton foi para tudo ou nada, mas expulsão de Douglas estragou plano

Com imensa desvantagem no placar, Milton resolveu ir para o tudo ou nada. Colocou os atacantes Thalles e Manga Escobar nos lugares do ponta Pikachu e do lateral Henrique, e recuou Guilherme para a lateral esquerda. Desejava ter um 4-4-2 com dois homens de área que virasse um 4-3-3 com os avanços de Manga – Thalles quase fez o dele em cobrança de falta na área em que a defesa Tricolor resolveu fazer linha de impedimento. O plano de Milton, no entanto, mal teve tempo de ter sua eficiência testada. Aos 15 minutos, Douglas foi expulso e a missão vascaína de virar o placar ficou ainda mais difícil.
Com um a menos, o time cruz-maltino perdeu o meio de campo e não se encontrou mais no jogo. Jean se desdobrava na tentativa de proteger a defesa. O Flu passou a chegar com ainda mais facilidade e frequência e quase marcou em mais três ocasiões até, enfim, fazer o terceiro aos 26 minutos, liquidando a vitória e a classificação para a final. Já ciente de que a derrota seria irreversível, Milton colocou Wagner no lugar de Fabuloso para recompôr o meio de campo e evitar estrago maior. Era esperar o apito final. Ao Vasco, resta agora aproveitar as três semanas sem jogos para refletir e se preparar para a estreia no Campeonato Brasileiro, dia 14 de maio, contra o Palmerias.

Time do Vasco com alterações no 2º tempo. Com expulsão de Douglas, Jean ficou sozinho na marcação e equipe perdeu o meio de campo para o Fluminense (Foto: GloboEsporte.com)

Fonte: GloboEsporte.com

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