Governo do Rio vai abrir nova licitação para o Maracanã

O governador Luiz Fernando Pezão decidiu que vai abrir licitação para o Maracanã, com direito a participação dos clubes. O martelo foi batido depois de uma reunião entre procuradores-gerais do estado, que recomendaram a Pezão que fosse feito novo processo. A decisão vinha sido aconselhada há tempos pelos membros da PGE, mas o governador vinha tentando evitar a todos os custos. No entanto, as delações premiadas começam a dar notícias de que o processo de licitação teve cartas marcadas e as empresas participantes escolheram os termos da proposta.

A reunião teve a participação do secretário da Casa Civil, Christino Áureo, que está cuidando do processo. A Fundação Getúlio Vargas já fez o estudo de viabilidade econômica que será a base para o edital. Esse novo processo terá o direito à participação dos clubes, o que animou o Flamengo, que tem interesse em administrar o estádio:

– Nós do Flamengo já esperávamos que o governo do RJ tomasse a decisão de promover uma nova licitação do Maracanã por entendermos que essa é a solução que garante mais transparência no processo, mais segurança jurídica aos potenciais interessados e a que atende aos legítimos interesses do contribuinte, que, em última análise, é o verdadeiro dono do estádio – disse Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo.

A decisão foi influenciada pelo inquérito do Ministério Público que acusa OAS, Odebrecht, Adrade Gutierrez e Queiroz Galvão de formação de cartel em licitações do estado, incluída a do Maracanã. A PGE recomendava uma nova licitação por causa das acusações da Lava-Jato. A licitação em vigor, que já era considerada fraca por causa das mudanças de contrato, ficou mais sensível como as delações da Operação Calicute, que apontavam superfaturamento na obra e cartel na licitação em administração do estádio.

Com isso, a venda da Maracanã S.A., atual administradora do estádio e que trocaria de controladora, fica comprometida. A Odebrecht já tinha assinado um pré-contrato com a Lagardère, vendendo as ações da empresa por R$ 60 milhões. A compra ainda não foi finalizada. O novo processo de licitação anula o atual contrato e, até agora, a Odebrecht será obrigada a gerir e manter o estádio até que o processo seja finalizado.

Nem Odebrecht, nem Lagardère se manifestaram até o momento.

Fonte: O Globo

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