Troféu e brilhos individuais: Taça Rio anima um Vasco atrás da reinvenção

Desde o ano passado, quando se repetia exaustivamente que o time do Vasco precisava ser reformado e rejuvenescido, uma certeza era de que a construção de um time mais jovem passava por Douglas. Melhor jogador da final da Taça Rio, foi o autor do gol que valeu o título invicto do segundo turno.

Os 2 a 0 sobre o Botafogo renderam ao Vasco um troféu, não a vantagem na semifinal do Carioca. Só que, pensando na temporada, podem render uma injeção de personalidade, de ânimo, de autoestima para a torcida. E também para Luis Fabiano. Se ainda não encontrou um grande futebol, fez o segundo gol do jogo, seu primeiro pelo Vasco.

Coisas do regulamento, um dos campeões de turno não decidirá o título, já que Fluminense e Vasco se enfrentarão numa das semifinais. O empate será tricolor. Na outra semifinal, o empate servirá para o Flamengo diante do Botafogo.

Neste momento, ganhar um turno era mais importante para o Vasco do que para o Botafogo. Vencer o primeiro clássico, ter uma primeira alegria no ano após tantas perspectivas negativas. Mas o fundamental para este Vasco é entender qual o processo que se desenha em seu time, o quanto se evoluiu a partir das contratações e da troca de Cristóvão Borges por Milton Mendes. O jogo de ontem ajuda na avaliação.

É verdade que algo caminhou. Se aconteceria sob o comando do antecessor, difícil dizer. Afinal, Cristóvão teve pouco tempo em meio a reforços que chegavam. Mas é justo também notar que o progresso ainda não é gigantesco. E nem seria normal que fosse em menos de um mês com o novo técnico.

É um time mais seguro e que ontem, após dez minutos em que o Botafogo criou duas chances, passou a anular a saída de bola rival. Tanto que Renan Fonseca se viu obrigado a quatro tentativas seguidas de passes forçados que não encontraram companheiros. Mas no que diz respeito à construção de jogadas, ainda há um caminho longo à frente. Embora este Vasco maneje um pouco mais a bola.

PONTO DE VIRADA

Individualmente falando, Luis Fabiano segue longe de seus melhores dias. Dava poucas opções. Mas é outro que sai da final com algo positivo: o gol, o primeiro pelo Vasco, o que sempre pode servir como um ponto de virada. Andrezinho, atuando pelo lado, participava pouco e, por questões físicas, tinha dificuldade sem a bola. O Vasco ainda precisa de mais vigor.

O fato é que o Vasco foi criando certo domínio, ainda que valha ressalvar que eram dez reservas num Botafogo que, com o passar do tempo, caía fisicamente. Muitos ali viajaram à Colômbia. O time ainda sentiu o golpe da expulsão de Guilherme, aos 18 do segundo tempo.

Milton Mendes interveio com acerto. Já trocara Andrezinho por Guilherme Costa, ganhando juventude e profundidade. Sua outra cartada, Manga Escobar, não foi bem. Mas a entrada de Wagner, fazendo de Guilherme Costa um lateral esquerdo, criou opções mais agressivas.

A pressão aumentou e Douglas, que já obrigara Helton Leite a grande defesa, fez o gol a quatro minutos do fim. Num contragolpe criado por Guilherme, Manga deu a Luis Fabiano o esperado gol, antes de Bruno Silva ser tolamente expulso após o apito final. A torcida do Vasco teve uma tarde alegre neste 2017. Uma páscoa com sabor de feliz ano novo.

Fonte: O Globo

Notícia anteriorMilton Mendes exalta título da Taça Rio: “valeu como nome na história”
Próxima NotíciaCampeão da Taça Rio, Guilherme Costa realiza “sonho de criança”