O basquete carioca está órfão de um ginásio que abrigue com segurança duas torcidas de peso. Com isso, a partida entre Vasco e Flamengo pelo Novo Basquete Brasil (NBB), que seria disputada neste domingo, foi adiada por não ter um local em que o clássico possa ocorrer com torcida dupla. O Vasco chegou a procurar a Arena da Barra para viabilizar o jogo, mas por uma questão de logística, a Liga Nacional de Basquete (LNB), que organiza o NBB, adiou o confronto, que ainda não tem data certa. Segundo o vice-presidente de esportes de quadra do Vasco, Fernando Lima, o clube, mandante do clássico carioca, buscou formas para que vascaínos e flamenguistas pudessem dividir um ginásio.
– A Arena da Barra foi procurada porque queríamos fazer o jogo com torcida dupla. Oficialmente, não foi dada a autorização na Arena por parte do policiamento. Acreditamos que não dê por torcida dupla, só torcida única. Hoje o que me parece é que não existe nenhum ginásio que abrigue torcida dupla no Rio. Diante das exigências, parece que nenhum ginásio estaria pronto para jogarmos. Nem mesmo o Maracanãzinho. É uma situação que se configurou, e quarta-feira (14/12) é o dia que vão dar a posição oficial. Acho que vai ser torcida única. A Arena da Barra seria um esforço terrível no dia 18/12, às 15h, porque ela está alugada para uma festa de formatura até o dia 17 de dezembro às 7h. Seria liberada apenas às 18h do mesmo dia. Já era muito apertado e diante dessa situação toda a Liga resolveu adiar.
Apesar de não poder abrigar torcidas adversárias, a Arena da Barra está apta a receber uma partida de basquete com apenas uma torcida. Segundo o major do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe), Silvio Luis, foi feita uma vistoria e o ginásio poderia receber a partida, mas o Gepe não recomenda que os rivais dividam as arquibancadas.
– Nenhuma das arenas do Rio hoje têm divisão de torcida. Ainda teria questão das entradas, que teria que ser consultado e conversado. A informação que a gente tem é que (a Arena da Barra) teria condições, e a consulta (sobre a possibilidade de acontecer a partida) da Liga foi feita ao Gepe, que encaminhou para órgãos maiores, como Corpo de Bombeiros e outros. Mas a recomendação do Gepe é que não aconteça com duas torcidas. A Liga ou ginásio tem que fazer algum projeto (para que divida as torcidas) e solicitar o projeto de colocar duas torcidas rivais. O Gepe está aberto à sugestão, mas é algo que precisa ser estudado.
Fernando Lima, contudo, disse que não há como dividir as torcidas por questões físicas.
– Existe problemas de ter que ter barreiras fixas no ginásio, e não há condição de colocar barreiras fixas no ginásio. Hoje só o estádio de futebol do Maracanã tem condições de receber um evento esportivo com duas torcidas, porque tem entradas por ruas diferentes. E não temos isso em nenhum ginásio do Rio de Janeiro. Lógico que o Maracãnazinho a gente precisa ver quando ele for entregue, quem vai ser responsável. Eu imaginava que a Arena da Barra, por ter duas entradas diferentes, poderia receber duas torcidas, mas me parece que as barreiras são móveis e aí não há como jogar.
Palco da final do Carioca entre os dois rivais, o Tijuca Tênis Clube também surge como uma opção. Apesar de ter se recusado a jogar no ginásio, o que culminou no título do Flamengo por W.O., Fernando elogiou as condições da quadra do clube e disse que o local só não poderia receber finais de campeonatos, por questões de segurança.
– O Tijuca sempre foi uma opção, desde que não seja uma decisão, até porque teve jogo de returno. Nosso problema não é o ginásio do Tijuca, é que o adversário se torne campeão. Ninguém sabe o que pode acontecer, qual vai ser a reação. Com todos eles lá, eu considero desumano. Se nós não temos condição de fazer jogo de torcida única, então a gente tem que se curvar. Mas também pode ser outro estado, o Tijuca ou outra arena. Vamos ver qual a melhor situação.
Encontrar uma arena para a realização do clássico não foi fácil no Estadual. Foram dois jogos no Tijuca Tênis Clube, onde o Gepe só autoriza partidas com torcida única. Em um deles, vencido pelos vascaínos, houve briga entre membros de torcedores do Flamengo, intervenção da Polícia Militar e suspensão do confronto em quadra por 15 minutos. No outro, com torcida única do Vasco, nenhum incidente foi registrado, e o Rubro-Negro saiu vitorioso.
Pela série melhor de três da decisão, um jogo foi realizado com portões fechados na Gávea. O outro, também sem torcida, em São Januário. E o terceiro não aconteceu. O presidente Eurico Miranda decidiu que sua equipe não jogaria no ginásio do Tijuca, local indicado pelo Flamengo, ao alegar falta de segurança. Portanto, os comandados de José Neto saíram campeões estaduais por W.O.
No momento, Vasco e Flamengo, que se enfrentariam neste domingo pelo NBB, não sabem quando e onde jogarão pelo campeonato nacional.
Fonte: GloboEsporte.com