Após um domingo de muitas manifestações no futebol carioca, o presidente do Vasco, Eurico Miranda, como de costume, não deixou por menos. O mandatário afirmou que as declarações – inclusive a que causou a ausência de Vanderlei Luxemburgo – não passam de tentativa de desestabilizar o Campeonato Carioca. Principalmente a arbitragem.
– Isso é mais velho que a Sede de Braga (igreja portuguesa). A intenção é só essa (desestabilizar). Num período negro na história do Vasco, não precisavam se preocupar conosco, e achavam que não precisavam se preocupar agora também. Mas aí pensaram que tinham que ir contra o Vasco. Não quero falar em causa própria, mas já disse isso. Quando reassumi, disse que o respeito ia voltar. Interno e externo. Voltaram o respeito e o temor. Isso é que está levando eles a falarem isso. Problema de arbitragem acontecem de todos os lado. Maior exemplo foi aqui em São Januário. Perdemos dois pontos decisivos contra o Barra Mansa. Gol legítimo, anulado. Então me manifestei. Como? Disse que era um erro claro e que quem apitou deveria fazer reciclagem. Sempre me manifestei nesse sentido. Me manifesto porque insinuam que há algo deliberado. Presidente de qualquer federação do mundo assiste jogo com os presidentes. Não tenho direito de receber quem eu quiser? Agora, no meu gabinete não entra qualquer um – garantiu, em entrevista coletiva nesta tarde, em São Januário.
O técnico rubro-negro fora suspenso por declarações na semana passada, e segundo Eurico, Luxemburgo deveria ter se entendido com o departamento jurídico do Flamengo. Isso porque uma das questões colocadas pelo treinador era sobre o número de jogadores inscritos, algo aprovado na assembleia anterior ao campeonato.
– Então a mídia, e, em especial, a Globo, começou a dizer, através de seus comentaristas, que limitar é absurdo, e levou outros veículos a dizerem que é para prejudicar a ou b. Ele (Luxemburgo), por isso, foi punido pelo tribunal da federação. Em primeiro lugar, eles precisam entender que precisam respeitar os órgãos constituídos. Vem o treinador querer dar uma de conhecedor de lei, da constituição, da lei da mordaça, da liberdade de expressão, do direito de ir e vir. Primeira coisa que ele desconhece que, em nenhum lugar do mundo civilizado, profissionais se manifestam sobre a competição que disputam. Em nenhum lugar do mundo. Se aqui é permitido e, se ele foi devidamente punido pelo tribunal, nada mais lhe restava que cumprir a determinação. Se ele não sabe, ir e vir não quer dizer ir e vir para qualquer lugar. Se por algum órgão você não pode ir, você cumpre – afirmou.
Quanto ao Fluminense, Fred foi expulso no primeiro tempo do Fla x Flu deste domingo e deu declarações pedindo a extinção do Campeonato Carioca. Peter Siemsen, presidente do Tricolor, e Mário Bittencort, vice-presidente de futebol, também foram polêmicos nas declarações, comparando a atual gestão do Estadual com os tempos de ditadura. Eurico, então, defendeu a competição.
– Houve omissão dos dirigentes de Flamengo e Fluminense (na assembleia). Se não houvesse, não teria a acontecido. Aí o “Seu” Fred, respaldado pelo presidente – esse moço que não saiu dos cueiros – vem com uma declaração de que o campeonato tinha que acabar. Claro, não importa se 3 mil pessoas deixem detrabalhar, o dele tá assegurado. E, não satisfeito, o senhor Mário Bitencourt… não quero responder a essas pessoas. Mas quero falar sobre o que atinge o Vasco. Diz ele (Mário) que teve gol anulado contra o Tigres, que o Vasco tem um pênalti a cada jogo, que daqui a pouco vão marcar pênalti com o jogo acabado. Esse rapaz é um irresponsável. Absolutamente irresponsável. Se ele estivesse, na verdade, como dirigente do seu clube… Teria que se manifestar porque, num jogo decisivo, ele teve um jogador expulso com 30 minutos (Fred). E não foi contra o Vasco! O Vasco foi beneficiado.
O mandatário lembra que erros de arbitragem ocorrem em partidas de todos os clubes. E que insinuações são descabidas pela assembleia realizada, além de que os comentaristas corroboram da irresponsabilidade. Ele lembrou o aumento na média de público do Estadual deste ano e foi claro no que acredita ser intenção dos rivais de desestabilizar tribunais e a arbitragem.
– Ninguém cita o que teve aqui contra o Barra Mansa (gol mal anulado). Ninguém cita que, contra o Madureira, teve aquele gol (do Flamengo, que a bola não passou a linha). Ninguém cita que o Vasco perdeu o jogo contra o Flamengo por pênalti – sem entrar no mérito se foi ou não. Querem entrar num negócio antigo, como se estivessem beneficiando deliberadamente o Vasco. Irresponsáveis. Isso me obrigou a manifestar dessa maneira. A coisa ganha uma proporção, e a mídia dando cobertura a isso. Não preciso defender a federação. Sempre defendi e sempre vou defender o Campeonato Carioca, pelo que representa. Medidas foram tomadas e, esse ano, temos o dobro de público do que aconteceu nos últimos cinco anos. Tentam desacreditar um campeonato, intencionalmente, para se beneficiarem. Falar antes, como se falou, que o presidente da federação estava sentado no meu gabinete. E daí? Que tipo de insinuação? Esse tipo eu conheço há muito tempo. Para intencionar tribunais. Quero deixar claro o repúdio do Vasco e dizer que a opinião pública tem que ser esclarecida. Foi um assunto discutido em assembleia geral, diante das consequências que poderiam haver, diante dos contratos – e não dá para entender como os comentaristas são os primeiros a esculhambar decisões tomadas. A decisão foi unânime. Não tem razão nenhuma as manifestações contra o campeonato. Continuam preocupados em influenciar nas decisões das semifinais e finais. Influenciar quem vai particiar, prncipalmente a arbitragem.
Fonte: LANCENET!