Prodígio vendido ainda na adolescência e por uma mixaria, o camisa 10 dos ‘Reds’ teve longo processo de evolução no futebol europeu, passando por Inter de Milão e Espanyol, até chegar à Premier League. Fortalecido fisicamente e com chute aprimorado, virou símbolo de armador moderno, que dá ritmo frenético aos jogos.
Nem de perto Coutinho é o Coutinho que vimos no Vasco. É quase certo que se tornaria um grande jogador se tivesse ficado por aqui, mas, como é normal vermos jogadores brasileiros não conseguirem trabalhar bem suas deficiências, talvez ele não fosse voasse tão alto. Agora, e se ele tivesse ficado? E se o Gigante da Colina não sofresse tantas perdas de jogadores?
Como já disse, todo torcedor que olha para o elenco atual e para os últimos que o Vasco colocou em campo, lamenta. Quando nos voltamos para a lista de atletas que deixaram o clube nos últimos anos, a nossa vida fica ainda pior. Foram atletas negociados, a maioria por valores aquém do que gostaríamos, e também jogadores que saíram em litígio, por salários atrasados.

Se ninguém tivesse saído, teríamos uma verdadeira seleção. Que conquistaria títulos, conseguiria grandes vitórias e provavelmente levaria o vascaíno em peso ao estádio. Confira, então, como seria esse time formado por jogadores que perdemos desde 2009:
GOLEIRO: Fernando Prass (Palmeiras)
– hoje até temos um grande jogador na posição, mas o trauma após sua saída foi tão forte com o “triunvirato do frango” – Diogo Silva, Alessandro e Michel Alves -, que sempre rola uma lágrima quando o vejo com a camisa do Palmeiras.
LATERAL DIREITO: Allan (Udinese)
– injustamente perseguido por parte da torcida, foi embora quando conseguia se firmar no time titular. Apesar de ser meia de origem, rendeu bem na lateral em 2011. Um coringa que seria utilíssimo hoje.
ZAGUEIRO: Dedé (Cruzeiro)
– dono incontestável da zaga cruzmaltina por três anos, o Mito faz falta pelo que jogou e também por ser um símbolo de um grande momento de reconstrução do clube. Curiosamente, ainda não repetiu no Cruzeiro o futebol apresentado no auge entre 2011 e 2012.
ZAGUEIRO: Anderson Martins (Al-Jaish)
– melhor zagueiro que passou pelo clube desde Mauro Galvão. Foi impecável durante o período em que esteve na Colina. Discreto, com imenso senso de posicionamento, só errou na hora de escolher o time, já que decidiu se esconder nos Emirados Árabes. Passou rapidamente pelo Corinthians no ano passado.
LATERAL ESQUERDO: Jumar (sem clube)
– de todos os jogadores que atuaram na lateral esquerda cruzmaltina, ninguém foi tão bem quanto o ex-volante palmeirense. Até golaço ele fez. Corria feito louco e dava muito equilíbrio ao time. Outro que resolveu atuar longe do Brasil, mas que não tem vínculo com clube algum, depois do encerramento do contrato.
VOLANTE: Rômulo (Spartak Moscou)
– atleta de crescimento vertiginoso no clube, virou titular absoluto até ser negociado com o Spartak Moscou em proposta irrecusável, como todas feitas ao Vasco, diga-se de passagem. Melhor trabalhado em um time mais estável, poderia ter ido ainda mais longe.
VOLANTE: Nílton (Internacional)
– admito que nunca fui fã do jogador revelado no Corinthians, mas é inegável que faz falta. Quando joga o que sabe, e não o que acha que joga, é bom. Seria ótimo vê-lo mais uma vez ao lado do sóbrio Rômulo. Além disso, o clube ganharia mais uma alternativa na bola aérea.
MEIA: Philipe Coutinho (Liverpool)
– saiu menino, vendido a preço de banana. Apesar de ter sido esperança em 2010, não tinha cancha para jogar com o peso que colocavam em suas costas. Demorou, rodou e se firmou no duro Campeonato Inglês. Virou o jogadoraço que todos esperávamos.
MEIA: Diego Souza (Sport Recife)
– outro jogador símbolo de uma grande fase, apesar de ter sido contratado pelo Vasco quando estava em baixa. O gol perdido contra o Corinthians, na semifinal da Libertadores, ainda dói, mas seria atleta para dar grande qualidade ao time.
ATACANTE: Alex Teixeira (Shakhtar Donetsk)
– poucas vendas me fizeram sofrer tanto como essa aí. O moleque criado no clube foi negociado ainda em 2009, quando começava a se firmar. Depois de bastante tempo sendo trabalhado na Ucrânia, foi bem na Liga dos Campeões e convive com especulações constantes envolvendo gigantes europeus.
ATACANTE: Alecsandro (Flamengo)
– nos últimos anos poucos centroavantes encheram os nossos olhos. Inegavalmente, o melhor e mais importante deles agora está no rival. Em um time técnico e leve como este, Alecone Alegcol poderia ser a referência no ataque, pelo bom posicionamento e pela experiência. Seria artilheiro fácil, fácil.
Fonte: Caldeirão Vascaíno – E
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