Lusa, Maraca e Defoe: Gilberto "super sincero" quer estreia contra o Flu

Apresentação Gilberto com Eurico (Foto: Raphael Zarko)

A ideia inicial era uma participação discreta na rotina do Vasco. Liberado pelo Toronto, o atacante Gilberto ficaria por menos de duas semanas treinando em São Januário enquanto seus representantes buscariam um novo clube. Mas discreto Gilberto não foi em nenhum momento. Seja na boca do túnel de entrada do campo do Vasco e, principalmente, na coletiva de imprensa da sua apresentação, o atacante se destaca e mostra um traço da personalidade que pode conquistar o torcedor vascaíno.
 
Aos 25 anos, o jogador lembrou sem cerimônia de um caso polêmico. Ao ser questionado sobre o episódio do rebaixamento da Portuguesa, naquele que era o seu melhor ano da carreira – em 2013 ele fez 14 gols em 24 jogos pela Lusa –, ele contou que argumentou com alguém do clube paulista – o sujeito é indeterminado mesmo porque Gilberto se esquivou ao ser perguntando quem lhe fez o pedido – que não iria jogar. Com dois jogos de suspensão e já negociado para o futebol canadense pelo Internacional de Porto Alegre, ele se surpreendeu com a determinação da Portuguesa.
 
– Fui julgado na sexta e ele (Heverton, o jogador que, afinal, foi escalado irregularmente) também, só que ninguém avisou para ele. Todo mundo esperava que ele fosse julgado, só que isso não aconteceu. Até então no último jogo os caras ficaram me segurando, eu tinha que viajar para acertar (com o Toronto) e eles dizendo que eu ia ter condição de jogo. E eu falei que não teria condições de jogar. Aí falei que tinha alguma coisa errada e fui embora. Infelizmente aconteceu essa situação. Dentro de campo a Portuguesa não deixou a desejar a nenhum time, isso ninguém duvida do potencial que tinha aquele time. Lutamos do início ao fim e infelizmente aconteceu aquele episódio – disse o novo jogador do Vasco.

Ao ser questionado novamente sobre quem seriam “eles” – que o diziam para não viajar e esperar a resolução do caso nos tribunais -, Gilberto preferiu se esquivar do assunto e disse apenas que a Portuguesa ainda tentaria um efeito suspensivo, o que acabou não acontecendo.
Espontâneo, o atacante também contou de sua experiência na liga americana. Pelo Toronto FC, foram 28 jogos e sete gols. Um desempenho inferior ao que apresentara no seu último ano do futebol brasileiro. Ele disse que no Canadá acabou sendo cobrado além das funções de um atacante,
 
– Tive que correr 12 km por jogo lá. Esse tempo que fiquei fora foi bom fisicamente e mentalmente. Lá o pessoal é frio, você tem que se virar. Traçam perfil e você tem que fazer. Trago a minha vontade, determinação. Tudo que eu aprendi de tática e experiência, já são quatro anos disputando as principais divisões do Brasileiro. Conheço todo mundo e só tenho a somar para o grupo e para o Vasco – afirmou Gilberto.
 
O atacante treinou bem nesta quinta-feira, mas ainda depende do aval do técnico Doriva. Na atividade, fez gols e finalizou bastante, mostrando boa forma e até um surpreendente entrosamento com alguns jogadores do time titular, como Madson e Julio dos Santos, que entrou em todos os jogos desde que foi inscrito pelo Vasco.
 
– Por mim já jogava no domingo. Sei que dependo dele, mas se me escalar vou estar apto. Estou com muita vontade de jogar. Estou desde outubro sem jogar, mas venho treinando forte para desempenhar um bom papel, fazer um bom jogo – disse o atacante, lembrando uma cena que ficou famosa na liga americana. Ao disputar a cobrança de falta com o jogador Defoe, Gilberto teve que, literalmente, brigar pela bola. Na batida, gol para o Toronto FC e um abraço fraternal dos dois jogadores.

– Foi uma pequena discussão por causa de uma falta. Até tinha brincado com meu procurador que está ali atrás. Eu cheguei lá muito quietinho e brigo por aquilo que eu quero. Nesse jogo eu tinha acabado de ligar para ele (procurador), falei que estava muito quieto. Aí peguei a bola, olhei para ele e toda a raiva descontei na bola. Aí fiz o gol.
 
No Santa Cruz, Gilberto apareceu como artilheiro e foi logo disputado por grandes clubes. O Inter venceu a batalha contra o Corinthians, mas no Rio Grande do Sul as coisas não foram muito bem para o atacante. Na reserva, ele acabou emprestado duas vezes. A oportunidade de voltar ao futebol brasileiro, no Vasco, que tem tradição em grandes goleadores, empolga Gilberto. O jogador se permitiu abrir até um sonho distante, mas que ele não considera impossível: chegar à seleção brasileira.
 
– Sei da história que tem o Vasco com artilheiros. Quem não quer participar de uma história assim, dentro de um clube grandioso como esse? Tenho metas na minha carreira e por isso queria voltar. Meu objetivo maior é um dia chegar à Seleção. Não sei se vou conseguir, mas vou tentar de todas as formas. Vou brigar para que isso aconteça – comentou Gilberto, sem deixar de comentar até a polêmica transferência da sua possível estreia contra o Fluminense, do Maracanã para o Engenhão.
 
– Nós, jogadores, gostamos de jogar no Maracanã. Acho que se perguntar, todos iriam querer jogar lá, mas independente disso, queremos os três pontos. Sabemos que é um jogo difícil e vamos tentar a vitória.

Fonte: GloboEsporte.com

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