Último entrevistado da série com os candidatos à presidência do Vasco, Roberto Monteiro, da chapa “Identidade Vasco”, se considera o único capaz de derrotar o ex-presidente Eurico Miranda. Durante o bate-papo, não se limitou em alfinetar Julio Brant – com quem conversou sobre aliança, mas não teve êxito – e expôs as principais propostas para os três anos de mandato, como a criação do centro de excelência, o projeto para sócios e a reforma do complexo esportivo de São Januário.
– Não menosprezo nenhuma candidatura, mas só existem duas forças nesta eleição. Somos nós contra o ex-presidente. O resto ensaiou muito, fez muita fumaça, mas na hora que as urnas abrirem não terão força. Vai caber a essas pessoas que não têm chance ficar entrando na Justiça. Está claro que os amarelos (se referindo a Julio Brant) são situação e Eurico é retrocesso. Somos a terceira via – afirmou o candidato à presidência.
Entre todos os projetos, Monteiro considera que a criação de um centro de excelência é o principal.
– O nosso principal projeto é o centro de excelência e entendemos que a principal forma de conseguir isso é com recursos por meio do nosso quadro social, vendendo cinco mil títulos de sócios remidos a R$ 5 mil. Terá de ser aprovado pelo Deliberativo e pelos poderes e pretendemos executá-lo ao longo dos três anos de mandato – disse.
Este centro de excelência seria um moderno centro de treinamento para as categorias de base e o elenco profissional em um terreno em Vargem Grande.
SEM INGRESSO PARA ORGANIZADAS
Desde o início da candidatura, Roberto Monteiro é adjetivado como “ex-presidente da Força Jovem”, já que comandou a torcida organizada no início dos anos 1990. Entretanto, uma das propostas dele vai na contramão disso. Afinal, se for eleito presidente, o candidato da chapa “Identidade Vasco” garante que não dará ingressos para as facções, mas se coloca à disposição para ter diálogo aberto com todos.
– Isso é uma das coisas que mais tenho enfatizado. A relação será institucional. A prioridade é o sócio. É claro que o torcedor é importante para fazer festa, mas o Vasco vive dos sócios. Vamos ter diálogo aberto com as torcidas organizadas, mas não vamos dar ingressos. Sou o único candidato que tem peito para falar isso, pois os outros precisam do apoio deles – comentou, ressaltando a importância dos sócios.
BATE-BOLA – ROBERTO MONTEIRO
Qual sua relação com o Vasco?
Frequento São Januário desde os 13 anos. Entrei de sócio e fui pra torcida com cerca de 14, 15 anos. Era apenas um fanático. Me associei ao Vasco com 17 ou 18 anos. Fui para a torcida porque era um ambiente da minha idade, mas só podia viajar se passasse de ano, senão meu pai não deixava.
Quais os principais projetos para as categorias de base?
Vamos tratar a base como uma grande prioridade. Hoje o maior problema é a distância do CT da base (Itaguaí) para a administração do Vasco. Vejo que esse distanciamento dá uma facilidade para os empresários. A base do Vasco tem que ter mais diretores para ser um processo vigilante e constante, de acompanhamento do atleta, da família, de quem circula por lá. E esse CT ainda pode acabar para o Vasco, pois o clube está inadimplente.
Como vê esse conturbado processo eleitoral de agosto para cá?
Para o Vasco a manutenção do Roberto Dinamite (por uma decisão judicial) continua equivocada. Não existem motivos para algumas pessoas fazerem a defesa veemente disso. Pelo que me parece não vai mudar muita coisa. Quem determina que haverá algumas mudanças em relação a sócios e recadastramento é o Abílio Borges (presidente da Assembleia Geral e do Deliberativo) e tudo indica que todo mundo vai votar.
Fonte: LANCENET!