A tranquilidade trazida pela vitória do time sobre o ABC, no sábado, no Maracanã, vai durar pouco no Vasco. O clube se mobiliza a partir de hoje para a eleição de amanhã, que pode ter inclusive a presença de policiais militares na quadra de São Januário, onde os sócios escolherão o novo presidente.
O Ministério Público informou que encaminhou ofício ao Gepe (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios) solicitando apoio no local, e que não estará presente, recusando pedido do Vasco, “por não ser sua atribuição a fiscalização de eleições em entidades privadas”. O comandante do Gepe, tenente-coronel João Fiorentini, disse entender que o policiamento será externo, mas aguarda orientação do Estado-Maior da PM até hoje.
A eleição no Vasco virou caso de polícia desde que denúncias recaíram sobre candidatos que teriam financiado a adesão de novos sócios com fins eleitorais. Os alvos foram Eurico Miranda e Roberto Monteiro, que negaram o chamado “mensalão”. Uma comissão de sindicância levantou a lista de sócios do clube a partir de abril de 2013 e confirmou a entrada de um volume recorde de associados naquele mês.
Um inquérito policial foi instaurado na 17ª DP para investigar o crime de falsidade ideológica, após denúncia do Ministério Público. O órgão requereu, ao Juiz da 21ª Vara Criminal da Comarca da Capital, a realização de uma auditoria externa da lista de eleitores e da lista do recadastramento de sócios, “a fim de que pudesse ser verificada a eventual existência de fraude”. Mas esse pedido foi negado, segundo esclarecimento do MP.
O inquérito ainda está aberto na 17ª DP. A Polícia Civil informou que continua a apurar se há crime de falsidade ideológica e que as fichas com os nomes dos sócios estão sendo analisadas. “Várias pessoas foram intimadas e ouvidas na delegacia. Todos os procedimentos estão sendo adotados para apurar o caso”, alegou a assessoria da Polícia Civil.
O presidente do Conselho Deliberativo, Abílio Borges, que comandará a Assembléia Geral , não foi encontrado para responder se os não recadastrados poderão votar.
Fonte: Extra