Após aquela partida, o treinador disse que contava com rápida recuperação de Douglas Silva e citou Rafael Vaz como eventual nome para formar a zaga ao lado de outro reserva, o garoto prata da casa de São Januário Luan. Ou seja, em sete meses, Anderson Salles saiu de destaque do Paulistão pelo campeão Ituano para quinto nome lembrado na zaga de um Vasco que passa por muitas dificuldades para garantir acesso de volta à Série A.
Durante a semana, ao menos, Anderson Salles revezava com Rafael Vaz para compor a zaga ao lado de Luan e chega para a partida até como favorito para atuar, caso realmente Douglas Silva seja vetado. Seria um prêmio após certa frustração com tanto tempo inativo no Vasco depois de um cartão de visitas que impressionou no estadual de São Paulo. Anderson fez seis gols em 19 jogos e não levou um cartão. Mais ainda: em oito jogos não cometeu sequer uma falta.
Os números e as atuações levaram a revista Placar, uma das publicações mais tradicionais do esporte brasileiro, a chamá-lo de “Gamarra caipira”, em referência ao jogo limpo e ao bom futebol do zagueiro paraguaio, ídolo de Corinthians, Internacional e Flamengo da última década.
Antes de ser apresentado com todas essas credenciais pelo Vasco – o jogador tem contrato até o fim de 2015 -, Anderson tinha quase 10 propostas, como chegou a dizer em entrevistas seu empresário, Ivan Rocha. Entre elas, uma do Palmeiras, que demonstrou interesse novamente no zagueiro durante esta Série B.
Em São Januário, apesar de não ter entrado em campo nesse tempo todo, Anderson agrada pela seriedade e dedicação no dia a dia. O diretor de futebol do Vasco, Rodrigo Caetano, diz que o contrato mais longo indica a confiança no potencial do jogador.
– Ele veio com um período maior de contrato do que os demais justamente pela convicção que temos no seu futebol. Na época (da contratação), entendíamos que era importante ter um zagueiro a mais, pois havia possibilidade de empréstimos de Jomar e Rafael Vaz, então trouxemos prevendo alguma necessidade. Mas a defesa sempre foi o ponto alto do time. Rodrigo, Luan e Douglas Silva se revezaram no setor, e o Anderson não teve oportunidade. Mas, se Douglas Silva não atuar, se por ventura ele tiver no fim de semana, temos total confiança nesse jogador – afirmou.
O Vasco é dono de apenas 30% dos direitos econômicos do jogador. Em futura transferência, um alto valor de venda poderia ajudar nos cofres vascaínos. Questionado se a inatividade do atleta poderia desvalorizá-lo após um Paulistão de elogios, o diretor do Vasco disse que não vê dessa maneira.
– Ele sabia que viria para disputar posição. O contrato até o fim de 2015 dá oportunidade para ele se adaptar. Tenho certeza que ano que vem vai fazer parte do planos do Vasco. É um excelente profissional, um jogador muito focado e sempre se portou muito bem jogando ou não jogando – lembrou Rodrigo Caetano.
Fonte: GloboEsporte.com