Coutinho, Kardec, Teixeira e Danilo: a dura rotina do Vasco com os talentos

 
Foi-se o tempo em que o Vasco podia desfrutar de forma mais duradoura de seus talentos. Fábrica que já revelou Romário, o clube tem convivido com a dura realidade, nos últimos anos, de se desfazer de promessas quando elas ainda dão seus primeiros passos no profissional. Dando prosseguimento à rotina, o Cruzmaltino vive seus momentos de despedida com o volante Danilo, de apenas 18 anos, já vendido ao Braga (POR) e que tem sua transferência marcada para junho.

Antes disso, o Cruzmaltino viu escorrer por suas mãos pratas-da-casa como Alex Teixeira, Alan Kardec, Phillipe Coutinho e Allan. Em comum a todos, a obrigação do clube de se fazer caixa para cumprir seus compromissos.

“Eu estava na negociação de todos eles. Se não fosse a venda deles, o ano não virava. É uma questão de sobrevivência. Se não fizer essa receita extraordinária, não se tem time, não se consegue viver. Para se ter uma ideia, apesar de todas essas vendas, o Vasco ainda sofre com a falta de recursos, infelizmente. Talvez num futuro, com o clube estando numa melhor condição financeira, possamos segurar esses talentos por mais tempo”, ressaltou o diretor-executivo Rodrigo Caetano.

Os primeiros frutos recentes surgiram das gerações de 1989 e 1990, com a dupla de atacantes Alan Kardec e Alex Teixeira.

Kardec, que está se transferindo para o São Paulo, foi promovido aos profissionais em 2007. Ele ficou por dois anos no time mas, como não foi uma unanimidade, acabou sendo emprestado ao Internacional em 2009. Na temporada seguinte, foi negociado para o Benfica (POR) por cerca de R$ 6 milhões.

Alex Teixeira, desde novo, era tratado como uma mina de ouro em São Januário. Ainda na base, o ex-presidente Eurico Miranda chegou a estipular sua multa rescisória em R$ 100 milhões. Em 2008 ele foi alçado para a equipe de cima, mas em 2009, na campanha da Série B, que se destacou, tendo feito o gol do título. No início de 2010, foi vendido para o Shaktar Donetsk (UCR) por cerca de R$ 15 milhões.

Phillippe Coutinho, da geração 1992 e hoje destaque no Liverpool (ING), teve uma trajetória parecida com a de Danilo, sendo negociado antes mesmo de se profissionalizar. O acordo aconteceu com a Inter de Milão (ITA) por cerca de R$ 10 milhões. Seguindo as leis da Fifa, ele ficou em São Januário até completar 18 anos. Antes disso, atuou entre os profissionais por um ano, deixando o clube em junho de 2010.

O polivalente Allan, da geração 1991, chegou a ficar mais tempo entre os profissionais. Ele foi promovido em 2009 e deixou o clube em junho de 2012 numa transação para a Udinese (ITA) por cerca de R$ 7,5 milhões.

A venda de Danilo ocorreu num momento de extrema dificuldade financeira do Vasco. O clube convivia com meses de atrasos em seus compromissos e se viu obrigado a aceitar, em agosto do ano passado, a proposta de cerca de R$ 13,5 milhões de um grupo de empresários que o repassou ao Braga (POR). Os R$ 8 milhões a que o Vasco teve direito na negociação foram usados quase que integralmente para o pagamento de dívidas.

Atualmente, o jovem, de 18 anos, é titular da equipe de Adilson Batista e tem sido um dos grandes destaques nos últimos jogos.

Com um elenco que conta com dez jogadores formados na base do clube, Rodrigo Caetano não ilude o torcedor e admite que novas transações podem acontecer caso propostas surjam agradando ambas as partes.

“Se for uma necessidade e se for bom para o clube, tem que avaliar com carinho. Se outros grandes clubes sobrevivem assim, com o Vasco não é diferente. Temos que honrar nossos compromissos”, declarou o diretor-executivo. < /div>

 
Fonte: Uol
 
 
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