As eleições do Vasco agora são, definitivamente, caso de polícia. A 17ª Delegacia de Polícia de São Cristóvão abriu inquérito nesta sexta-feira e já mandou suspender o processo eleitoral do clube, que ainda não tem data definida. A polêmica remete à entrada de mais de três mil associados no mês de abril de 2013. O delegado-assistente Othon Alves Filho ouviu dois depoentes – o candidato Nelson Rocha, autor da queixa-crime ao Ministério Público – e o grande benemérito do Vasco, Otávio Gomes, que denunciou ao GloboEsporte.com em setembro do ano passado a prática de candidatos ao pleito presidencial vascaíno. Além disso, o presidente do clube Roberto Dinamite e o vice-geral foram intimados a depor. A polícia também vai ouvir Eurico Miranda e Roberto Monteiro, pré-candidatos à presidência do Vasco.
Segundo pedido do Ministério Público, o inquérito policial vai apurar “a materialidade do crime definido no artigo 171 do Código Penal, em tese praticado por dirigentes, funcionários, sócios e colaboradores do Club de Regatas Vasco da Gama”. O GloboEsporte.com teve acesso aos primeiros documentos da investigação policial. A polícia vai recolher as fichas cadastrais que estão sob posse da comissão de sindicância vascaína e anexar ao processo.
Um dos advogados do grupo político de Nelson Rocha, Wallace Martins, espera que até semana que vem todos depoentes já tenham sido ouvidos. Além dos presidenciáveis e dos dirigentes vascaínos, um dos personagens ouvidos pela reportagem, Nelson Damieri, que contou ter assinado a ficha de cadastro para sócio do Vasco em reunião promovida por Eurico em São João de Meriti, também será convocado a depor.
– O delegado está pedindo uma medida cautelar para a Justiça evitar a participação desses novos sócios nas eleições do Vasco. Até que o inquérito avance e a Justiça analise todo o caso – explica o advogado Rogério Peres Fernandes.
O grande benemérito Otávio Gomes pediu também a convocação de membros da comissão de sindicância que apura a entrada de sócios no clube. Tadeu Correia da Silva, vice-presidente de Infanto-Juvenil, o diretor de comunicação Márcio Santos e o conselheiro José Antônio.
– É uma excrecência o que ocorre no Vasco. O clube não possui condições burocráticas de comprovar os pagamentos individuais dos 1.730 sócios que entraram em 30 de abril do ano passado – disse, em depoimento, o grande benemérito do Vasco.
Os delegados da 17ª DP foram procurados pela reportagem do GloboEsporte.com, mas tanto o delegado titular Maurício Luciano quanto o delegado-assistente Othon Alves Filho não quiseram dar declarações.
Os delegados da 17ª DP foram procurados pela reportagem do GloboEsporte.com, mas tanto o delegado titular Maurício Luciano quanto o delegado-assistente Othon Alves Filho não quiseram dar declarações.
Fonte: Globo.com