Defalques e tropeço. A estreia do Vasco na Série B do Campeonato Brasileiro esteve longe do esperado pelo torcedor cruz-maltino. Sentindo a falta de jogadores importantes, a equipe do técnico Adilson Batista não saiu do 1 a 1 com o América-MG. Após a partida – que teve portões fechados – em São Januário, o comandante elogiou a atuação de sua equipe no primeiro tempo e lamentou os erros que impediram o Vasco de sair de campo com a vitória.
– Fizemos um bom primeiro tempo, trabalhamos bem, criamos situação, mas faltou dar mais velocidade, arriscar de fora da área. O adversário só tinha o contra-ataque com o Ricardinho. Trabalhamos por dentro e erramos os passes. No segundo tempo fizemos o gol, e depois tivemos dificuldades no domínio do passe, na transição. Após o empate abrimos o Montoya e o Marquinhos e, mesmo assim, não fizemos a opção correta. Não servimos o cara que estava penetrando e quase levamos o segundo gol de contra-ataque. Eles exploraram bem porque estávamos abertos. Erramos demais – frisou Adilson.
Depois de uma semana com jogos pelo Carioca, Copa do Brasil e Brasileiro, o Vasco deu dois dias de folga para seu elenco. A reapresentação está marcada para a próxima terça-feira. A equipe volta a jogar pela Série B no próximo sábado, contra o Luverdense, na Arena Pantanal, em Cuiabá, às 16h20 (de Brasília).
Veja a entrevista completa:
Jovens
Não é questão de apostar, trabalhamos para vencer. São circunstâncias, momento, e ai entram várias situações como lesão, suspensão, cansaço. O adversário teve mais tempo para se preparar e ainda assim o Vasco suportou bem fisicamente. Mas sabíamos que alguns cairiam de rendimento. Muitas vezes acham que eu entro com a escalação errada. Mas estou no dia a dia, vendo tudo de dentro, tem gente com dor, cansaço, tive que trocar o André Rocha porque o Ricardinho estava no contra-ataque. Coloquei o Marlon na esquerda e o Diego Renan na direta. Teve um lance que era só o Montoya tocar a bola que o Diego entraria sozinho. Mas faz parte do jogo. Os meninos tem que aproveitar esse momento. Terça eles trabalham conosco de novo porque estou com o departamento médico cheio.
Falta de entrosamento
Eles já sabem a maneira de atuar, o que queremos, o que pedimos. Eles viram o jogo do América-MG, teve vídeo, foto, parte tática, trocamos ideia sobre quem conhecia este ou aquele. O trabalho acaba sendo facilitado. Vi meu time controlando o jogo no primeiro tempo. Depois entram detalhes que sabemos o porquê. Questões para você definir, decidir e vencer o jogo. Sabemos o porquê disso.
Cansaço
Primeiro preciso recuperar o elenco. Dei folga domingo e segunda. Vamos iniciar o trabalho na terça. Teremos terça, quarta e quinta para trabalhar. Sexta já será uma atividade mais leve pela viagem. Que a gente faça um ótimo jogo e vença. É nessa linha que vamos trabalhar.
Everton Costa
Já fui visitá-lo. É o momento de passar conforto ao jogador. Nesse momento os médicos me alertaram sobre o tempo mínimo que ele vai ficar fora. Vou passar tranquilidade para ele. Everton precisa se recuperar e tem de pensar na saúde. Não dá para ficar lamentando a ausência
Erros de passe
Nervosismo às vezes pode ser uma irritação com a arbitragem. Teve a questão técnica mesmo. Não conseguíamos dominar, passar… Era coisa que a gente vinha fazendo. Mas temos que entender, relevar até pela sobrecarga do jogo de quarta. O adversário estava melhor fisicamente e tinha a proposta de jogar fechado. É preciso ter paciência para ter o momento certo da penetração, das jogadas individuais. Mas a gente sabe o porquê. Temos consciência de que precisamos melhorar.
Portões fechados
É difícil. Confesso que não gostei, mas precisamos cumprir o que foi determinado. É desagradável. Para eles, para nós, para o espetáculo, para quem está vendo, até para vocês que precisam trabalhar. Não gostei da experiência. E temos mais duas ainda. Vamos lá.
Luciano do Valle
É de uma geração que eu vivi. É uma pena. Não sabia o que aconteceu porque estava focado no jogo. Ele narrou vários jogos que eu disputei. Lamento muito.
Atuação abaixo da média
Não vi um futebol tão abaixo assim como estão falando no primeiro tempo. Enfrentamos um adversário fechado que dificultou nosso jogo. Mas pelo menos gostei da postura. Aí entra a qualidade, o entrosamento, uma série de fatores. Tivemos desgaste na final, na Copa do Brasil. E volta a tecla que sempre bati desde os tempos de jogador. Só o Brasil tem estadual. O mundo tem pontos corridos há 200 anos, nós há 10. Há 300 anos os gramados são 100m x 68m, aqui jogamos com 120m x 90m. É muita coisa errada, estamos engatinhando. Eu tento fazer a minha parte. Confesso a você que não é o ideal. O porquê disso tudo nós precisamos analisar. O jogo contra o Resende precisava ser em Manaus? É muita coisa junto que nem adianta falar. Não conseguir falar tudo isso. E tem gente que acha que o Brasil está bom. Sou anti-PT.
Fonte: GloboEsporte.com