
Perder um título que não é conquistado há 11 anos, contra o maior rival, por causa de um gol sofrido aos 45 do segundo tempo em um erro de arbitragem é doído, mas o Vasco tem pouco tempo para lamentar. Ainda no vestiário do Maracanã, o presidente Roberto Dinamite e o técnico Adilson Batista reclamaram muito da arbitragem e do erro decisivo. Mas houve também espaço para ressaltar a boa campanha do Vasco no Carioca e, principalmente, olhar para a frente, que é o que importa ao time no momento. Na próxima quarta-feira, o Vasco recebe o Resende em São Januário, em confronto eliminatório pela Copa do Brasil. Na primeira partida, com mando do Resende, em Manaus, houve empate em 0 a 0.
Desacreditado, tendo de remontar o elenco e o time após o rebaixamento para a Série B nacional, o Vasco entrou no Campeonato Carioca como azarão. Cumpriu uma campanha além das expectativas, tendo sido derrotado só duas vezes — uma delas, no clássico contra o Flamengo na primeira fase, quando houve o gol não validado de Douglas. Nos quatro clássicos decisivos contra Fluminense e Flamengo na semifinal e final, não perdeu nenhum jogo.
— Foram só duas derrotas. Uma delas, para a Cabofriense, num jogo em que finalizamos 19 vezes, jogamos bem. O clássico da Taça Guanabara valia a liderança para a gente, e houve o lance do Douglas. Seria a terceira derrota seguida do Flamengo, sabemos como é o futebol, viria uma crise. Aquele jogo fez o Flamengo disparar na liderança e acabar ficando com a vantagem de dois empates na final. Acho que fizemos por merecer o título, fomos superiores nos clássicos. É triste, porque seria um presente para a torcida — disse Adílson Batista.
O treinador também comentou o jogo, e explicou suas opções. Edmilson, vetado, foi substituído por Thalles. Ele ainda lançou William Barbio na vaga do suspenso Éverton Costa e trocou Reginaldo por Fellipe Bastos.
— Joguei com o Barbio aberto na direita e botei o Fellipe na esquerda, para segurar o Léo (Moura). No segundo tempo, precisávamos ser mais incisivos. Fomos para cima, controlamos o jogo, fizemos o gol. O Flamengo jogou com o regulamento, jogou fechado, diferente do que tinha feito contra o León. Merecemos vencer, infelizmente ocorreu o que todos viram.
Adilson respondeu ainda sobre o fato de o zagueiro Rodrigo estar fora de campo (recebendo atendimento) no lance do gol do Flamengo. Quando o jogador vascaíno foi ao chão, o treinador, da área técnica, fez sinal pedindo para que ele não saísse de campo.
— Estava longe, na hora não deu para ver. Mas ele saiu com dor… É um jogador que tem um tempo de bola bom pelo alto. Erramos um passe, saiu a jogada de escanteio para o Flamengo. O Wallace cabeceou, a bola foi na trave e o bandeira não quis dar o impedimento.
Embora tenha manifestado orgulho e satisfação com a campanha, Adilson Batista deu a entender que concorda com a avaliação de que há necessidade de reforçar o elenco. Isto só deve acontecer durante a pausa para a Copa do Mundo.
— Vamos conversar internamente, com o presidente, com o Rodrigo (Caetano, diretor-executivo). Temos dez rodadas da Série B e duas fases da Copa do Brasil até o Mundial. Depois, vamos ver.
O treinador fez questão de lembrar que não há tempo para lamentações. O time volta aos treinos nesta segunda-feira, para se preparar para o jogo contra o Resende.
— Temos de reagir rápido. Não sou de ficar lamentando. Em 2009, perdi a final da Libertadores com o Cruzeiro em pleno Mineirão e em seguida, fizemos 41 pontos no returno do Brasileiro. A reação tem de ser rápida, e será — disse Adilson.
Fonte: Extra