
Apesar da situação, o árbitro de duas Copas do Mundo não gosta da ideia de recrutar outros nomes de fora do Rio de Janeiro, como sugerido pelo Vasco. E lembra que para a partida do próximo domingo, o experiente Marcelo de Lima Henrique, com outro perfil, já está escalado.
– O Rodrigo é um árbitro que, por mais que tenha apitado outros clássico, ainda falta algo. Já o Marcelo não tem nada a perder. Se partir para cima, ele vai responder. Não vai ter falta de respeito. Apitou Uruguai x Argentina recentemente, então está mais do que preparado. Os árbitros do Rio são bons e apitam em todo lugar, então não precisa mudar.
FALTA NO GOL DO VASCO
Arnaldo ressaltou que, embora tenha sido um erro não marcar a falta de Everton Costa no goleiro Felipe, não foi simples ver o lances antes da repetição nas câmeras. Somente com a imagem de dentro do gol é que a irregularidade ficou clara, segundo o ex-árbitro. Rodrigo Nunes de Sá, então, está absolvido. Mas o auxiliar de linha de fundo, não. Para Arnaldo, era obrigação dele avisar que o camisa 1 rubro-negro teve sua movimentação na pequena área limitada.
– A regra diz que, na pequena área, o goleiro não pode ser impedido de se mexer. Nesse caso, o salto dele foi atrasado pelo jogador do Vasco. Durante o lance, poucos notaram. É difícil. Mas deveria ser apontado pelo fiscal, que está ali para isso.
EVERTON COSTA, O VILÃO
Personagem do clássico, Everton Costa deu trabalho para a arbitragem. Primeiro, levou cartão amarelo pela simulação de um pênalti. Depois, puxou Gabriel e poderia ter sido expulso no começo da segunda etapa. Mas Rodrigo Nunes aliviou, mesmo com a reclamação dos rubro-negros. Em seguida, em uma falta aparentemente leve, levou o vermelho. Aí foi a vez de os vascaínos partirem para cima. O critério utilizado foi alvo de crítica de Arnaldo.
– Existe esse negócio de compensar, que é errado. Ele deveria ter sido expulso antes, sim. Mas usar isso como motivo de revolta é complicado. Ninguém, numa situação dessa, critica o técnico por uma substituição. O árbitro estava abalado emocionalmente desde o início. O jogo foi mais difícil do que ele imaginava. Apitou com atraso e não conseguiu fugir das reclamações.
CAMISA ARRANCADA
Uma cena inusitada também ficou marcada no clássico. O lateral André Rocha, do Vasco, foi capaz de tirar a camisa do zagueiro Samir, do Flamengo, na movimentação da área. Como a falta ainda não havia sido batida, nada foi marcado, mas o jogador cruz-maltino recebeu o cartão amare
lo. O técnico Adilson Batista disse que o rival tirou a própria camisa. Arnaldo Cezar Coelho concordou com a decisão, mas lamentou a situação ridícula.
– Eu nunca tinha visto isso. É lamentável. É o retrato do agarra-agarra. Na Europa, se virem, vão fazer piada. Ninguém aceita lá. Só aqui mesmo para o jogador chegar a esse nível num lance.
PUXÃO TRADICIONAL
Jogada semelhante aconteceu com Samir e Rodrigo, só que o zagueiro do Flamengo esteve do outro lado. Puxou claramente a camisa do adversário, que não subiu para cabecear. Para o comentarista da TV Globo, o pênalti poderia ter sido marcado, mas lances assim viraram corriqueiros no futebol brasileiro e são facilmente evitados com advertências antes de a bola subir.
– Os árbitros estão cometendo um erro muito grande. Pela regra, pode dar o cartão antes. E deveria ter marcado se viu. No jogo do Santos (pela semifinal do Paulistão) houve uma jogada igual. E foi marcada a infração.