O número supera um pouco a média de 2.396 mil torcedores da edição de 2013, campeonato marcado pelo fechamento do Engenhão e por clássicos disputados em Volta Redonda. Este ano, nem mesmo a volta do Maracanã, tida pela alta cúpula da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) como um atrativo capaz de aumentar os números do Carioca, foi capaz de recolocar os torcedores dentro dos estádios.
Dois clubes de maior torcida do Rio, Flamengo e Vasco não refletem sua grandeza no Carioca-2014. Na primeira fase, os rivais jogaram para apenas 13.245 mil pagantes. Na média total do Cariocão, o Cruz-Maltino leva ligeira vantagem sobre o rival: 5.885 mil contra 5.699 mil.
A Ferj defende seu produto e ataca os protagonistas. Nos bastidores, Rubens Lopes, presidente da Ferj, não engole os times mistos escalados e os preços praticados nas bilheterias, em especial em jogos do Flamengo.
Do outro lado, os quatro grandes veem na fórmula arrastada do torneio – aprovada pelos próprios – como o centro do desinteresse pelo torneio regional. O resultado desta equação são estádios vazios e cada vez mais pacotes de pay-per-view adquiridos.
– Se há interesse em manter o Carioca vivo, é preciso reformular o modelo, pois o atual não consegue chamar o público. Os jogos não possuem a relevância necessária para levar o torcedor aos jogos – opinou Pedro Trengrouse, membro da Academia LANCE! e especialista em gestão.

Carioca-2016 com apenas 12 clubes
No que depender da proposta apresentada pelo presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes, em encontro realizado na sede da entidade, o Campeonato Carioca de 2016 será disputado por 12 clubes. De acordo com a sugestão, à qual o LANCE!Net teve acesso, os oito melhores do Estadual do ano anterior já estariam automaticamente classificados para a fase principal.
Os outros quatro clubes que passariam à fase principal seriam conhecidos a partir da disputa de uma fase preliminar, cujos integrantes seriam os clubes que terminarem o Carioca do ano anterior entre a 9ª e a 14ª posição, acrescidos dos quatro que subirem da Série B.
Por conta do Estatuto do Torcedor, o novo formato só pode vigorar a partir de 2016, quando o atual regulamento atingiria os dois anos de manutenção exigidos por lei.
Academia LANCE!
João Paulo Medina, fundador da Universidade do Futebol
‘O futebol brasileiro está em crise’
‘O futebol brasileiro está em crise e os representantes não atentam para isso. O formato dos estaduais está perdendo apelo ano após a ano, e isso não é exclusividade do Rio. Um país que se diz o país do futebol não pode ter menos de 10 mil pessoas em uma partida. É preocupante termos menos público que o futebol da Austrália ou dos Estados Unidos. A medida pontual para recuperar parte do público é a baixa de preços.
MEMÓRIA
PÚBLICO
PONTO ALTO
PONTO BAIXO
DESINTERESSE
Fonte: Lance