André Rocha chegou ao Vasco sem holofotes e cercado de desconfiança, mas com cruzamentos certeiros, já soma três assistências no Campeonato Carioca, fato que o alçou ao status de garçom da equipe. Natural de São Paulo, o lateral-direito revelou que sua grande fonte de inspiração para os passes açucarados sempre foi Arce, famoso ex-jogador paraguaio que atuava em sua posição e que teve passagens marcantes por Grêmio e Palmeiras na década de 90.
“Eu sempre gostei do Arce. Quando eu era menino, sempre admirava o jeito que ele batia na bola. Sempre assistia aos vídeos dele e o acompanhava no período de Grêmio e Palmeiras. Eu era fã dele”, comentou o vascaíno, revelando seu lado tiete.
Mas não foi só assistindo ao ídolo em jogos ou em vídeos que André aprimorou a precisão em seus cruzamentos. Ainda criança, nos campinhos de terra no Capão Redondo ou em seu primeiro clube, o Estrela da Saúde, ambos na Zona Sul paulista, o jogador repetia exaustivamente o fundamento com o incentivo e a cobrança de seu pai Francisco Ênio.
“Sempre tive o auxílio do meu pai para bater bem na bola. Ele vinha, rolava e falava o jeito que eu tinha que fazer, a forma de pegar na bola. Foi bem desde pequeno. Sempre gostei de cruzar, chutar no gol… Ainda preciso chutar mais. Venho trabalhando para que isso aconteça. Os cruzamentos vêm dando certo. Venho aperfeiçoando a cada dia nos treinos”, revelou.
A qualidade na batida na bola desperta a curiosidade sobre seu desempenho em cobranças de falta, algo que ainda não executou no Vasco. André Rocha, porém, revela que utilizava este artifício em seus ex-clubes.
“Eu batia nos outros clubes. Sempre tive oportunidade de bater. Aqui estou me aperfeiçoando nos treinamentos. Ainda não acho que seja o momento de pedir para bater, mas tenho treinado e, no momento certo, vai chegar a hora. Por enquanto o Douglas e o Fellipe Bastos estão caprichando”, disse.
Apesar de já ter tirado uma casquinha de artilheiro tendo feito um gol no Campeonato Carioca, seu motivo maior de alegria são mesmo as assistências. Nas três vezes em que auxiliou no gol de sua equipe, vibrou como se tivesse sido o próprio autor do tento.
“Lateral é cobrado para isso. Lógico que fazer gol é bom, mas uma assistência é muito válida também, porque nós trabalhamos e treinamos para que isso aconteça, então, quando acontece, é uma alegria imensa”, destacou.
Seu ídolo Arce se aposentou em 2006. Por Grêmio e Palmeiras ele se tornou um grande conquistador de títulos, sendo bicampeão da Libertadores e da Copa do Brasil, além de campeão brasileiro, da Mercosul, da Recopa, entre outros. Pela seleção paraguaia disputou duas Copas do Mundo e uma Olimpíada.
Atualmente ele exerce a carreira de treinador no Cerro Porteño (PAR). Outra curiosidade é que, nos tempos de Tricolor gaúcho, Arce atuou junto com Adilson Batista, hoje técnico do Vasco, time de André Rocha.
Fonte: UOL Esporte