Matéria publicada por Diogo Dantas no Jornal eletrônico extra.globo.com atribui ao vice-geral do Vasco, Antonio Peralta, as seguintes frases sobre o esquema de compra de votos que, segundo matéria do globo.com de 14/10/2013, aponta na direção das campanhas de Eurico Miranda e Roberto Monteiro – o processo que ficou tristemente conhecido como o mensalão vascaíno.
— São sócios frutos de um interesse maior, mas não está ilegal. A gente tem que ser justo, cortar na carne. Usaram o estatuto para fazer isso. Não adianta buscar situações. Tem que haver um critério de Justiça. Quem não estiver com documentação vai se explicar. Se está pago, está pago.
— Não discuto a intenção, que a gente sabe qual foi. Discuto o direito. O estatuto é a carta mãe, tem que seguir o que está escrito. O presidente tem que homologar esses novos sócios — disse Peralta.
A primeira coisa a constatar é que não faltam só respeito e princípios nas palavras do vice-geral. Falta acima de tudo honradez.
A discussão que está em jogo, e que o senhor Peralta faz de conta de não ver, não é sobre a legalidade das ações. Mas é sobre sua legitimidade, seu conteúdo moral, sua degeneração ética.
Justiça, ressaltamos para que o senhor Peralta se lembre, não tem nada a ver com legalidade. Justiça tem a ver com correção, com princípios, com comprometimento com a verdade e com o coletivo, com retidão, com ética, com honra.
E honra não se caracteriza pela luta contra o ilegal. Contra a ilegalidade há o aparato jurídico e repressivo para retomar a ordem das coisas. A honra está em lutar contra o ilegítimo, contra o amoral, contra o aético, contra o injusto.
A honra do povo português em seu glorioso embate contra o regime ditatorial salazarista se caracterizou pela luta contra a opressão, por direitos democráticos e por justiça social, coisas que no regime de exceção, existente à época em Portugal, não eram “ilegais”. Utilizássemos o critério de justiça do vice-geral do Vasco, teríamos que dizer que era justo então o regime despótico de Salazar e que a luta do povo português era injusta, pois o regime do Estado Novo era legal. Nunca teríamos o 25 de abril de 1974 e a Revolução dos Cravos que encantou o mundo.
Não só o regime do ditador Salazar era ilegítimo como o esquema de compra de votos também o é. Ambos são amorais e eticamente corrompidos. A luta para impedi-los foi e é não só justa como necessária. Legalizar o mensalão vascaíno é legalizar a fraude, é compactuar com a corrupção, é instituir o vale-tudo eleitoral, é acima de tudo manchar com uma nódoa amarga e fétida a gloriosa instituição Vasco da Gama.
Chamamos a todos os vascaínos apaixonados que amam o Vasco sem interesses a se posicionarem, a escreverem para o Presidente do Vasco, a telefonarem, a publicarem em suas redes sociais, a expressarem sua indignação e sua tristeza com o que estão fazendo com a história do Vasco.
Chamamos a todos os demais candidatos e correntes de pensamento que atuam na vida política do Vasco a somarem forças com o Movimento VIRA VASCO numa ação conjunta para barrar o mensalão vascaíno.
Por fim, fazemos um chamado ao Presidente Roberto Dinamite: Roberto, temos profundas críticas a sua condução à frente da administração do Vasco – o que nos levou à ruptura em meados de 2012. No entanto, nenhuma das críticas atinge sua honra a qual achamos que, como grande ídolo do Vasco, você tem o dever de preservar. Não permita que sua honra seja maculada, entrando para a história do clube como o Presidente que instituiu a compra de votos no clube.
Nelson Rocha
Candidato a Presidente do Clube de Regatas Vasco da Gama
Fonte: Pelo Movimento VIRA VASCO