A grande repercussão da divulgação das propostas de fair play financeiro e de mudanças no calendário do futebol brasileiro dão esperança aos integrantes do Bom Senso FC para pressionar e chamar a atenção da cúpula da CBF.
Feliz com o resultado do seminário realizado na última segunda-feira no auditório da Universidade Nove de Julho (Uninove), na Barra Funda, em São Paulo, o goleiro Fernando Prass, um dos líderes do grupo de atletas, espera que os cartolas, enfim, mostrem interesse nas discussões de melhorias para o futebol no país.
– Demos um importante pontapé inicial para discutir problemas antigos e que não tinham a mínima atenção de quem comanda o futebol no Brasil. Agora, vamos esperar para ver a importância que estas mesmas pessoas vão dar às questões vitais (fair play financeiro e calendário) para o maior esporte do país – declarou o palmeirense, em entrevista ao LANCE!Net.
Por enquanto, nenhum membro da principal entidade do futebol brasileiro se manifestou, muito menos sugeriu uma reunião para discutir as sugestões do grupo (feitas com apoio de gestores esportivos e da Universidade do Futebol). Mas era de se esperar. Convidados com dias de antecedência por telefone pela cúpula do Bom Senso FC a participar do evento no início da semana, Carlos Eugênio Lopes, diretor jurídico da CBF, e Virgílio Elísio, diretor de competições da CBF, deram de ombros para o assunto e não compareceram ao debate.
Além da pressão da mídia e dos torcedores, o movimento confia na força política do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, para ganhar apoio de Marco Polo Del Nero, virtual sucessor de José Maria Marin na presidência da CBF. No último dia 10, Rebelo se reuniu com Fernando Prass e firmou compromisso do Governo em trabalhar para que o futebol cresça, ainda mais com a proximidade da Copa do Mundo.
PROPOSTAS – DÚVIDAS PERTINENTES
– Qual valor do novo calendário?
Aproximadamente R$ 94 milhões.
– Nos anos de Copa do Mundo e Olimpíada, quando as Copas Estaduais serão realizadas?
Também serão realizadas entre junho e julho (assim como nos anos sem grandes competições internacionais). A ideia é tratar a Copa Estadual como uma competição secundária.
– Quais serão os membros do comitê gestor do órgão responsável por tratar do fair play financeiro?
Atletas, clubes, CBF, Governo (Ministério do Esporte), imprensa e patrocinadores terão um representante cada.
– Quem vai bancar a entidade regularizadora (fair play financeiro)?
O valor estimado para a criação do órgão é de R$ 3 milhões. É um custo tranquilo e
razoável. O projeto é que CBF, Governo, clubes e até jogadores ajudem. Após a criação do órgão, o custo de manutenção vai girar em torno de R$ 3,3 milhões.
– Como analisar o gasto com futebol dos clubes cujas as receitas não têm divisão por setor?
Padronização de demonstração financeira. O clube vai precisar discriminar o gasto com futebol. Com isso, vai ser fácil analisar se o clube está dentro das normais do fair play financeiro (clubes não podem ter déficit acima de 10% da renda total nos dois primeiros anos da vigência da entidade reguladora. Em seguida, entre o terceiro e o quarto ano, não podem ter déficit acima de 5%. Por fim, nenhum déficit a partir do quinto ano).
Fonte: LANCENET!