“Detonaram o Clube dos Treze, que era importante pra discutir comercialmente, todo mundo sabe que uma negociação coletiva é muito mais difícil que uma negociação individual. Fizeram isso pra favorecer um ou outro. Distorceram o futebol.
“Hoje, você caminha para uma espanholização do futebol brasileiro. Querem transformar dois clubes, como Barcelona e Real Madrid, e deixar os outros como coadjuvantes. Querem fazer de Flamengo e Corinthians esses dois clubes. Há um processo de elitização do futebol brasileiro. CBF, clubes, mídia e outros interessados. Tem altos interesses por trás.
Você acha que eu posso concordar que o Corinthians seja beneficiado com R$ 500 milhões do BNDES? E os outros? Ah, por que uma figura do governo deu. Você acha que o Andrés Sanchez está lá, que diz que é pai, avô, filho, não sei mais o que lá do Itaquerão … você acha que ele está lá de graça? Por que eles não venderam até agora aqueles naming rights? Pergunta quem vai ganhar com os naming rights?”
As declarações foram feitas por Eurico Miranda.
Em entrevista ao excelente Silvio Barsetti do Estadão não deixou dúvidas.
Usou sua experiência de ex-presidente do Vasco e ex-diretor da CBF.
E questionou publicamente Andrés por estar à frente do Itaquerão.
Principalmente o fato de estar ‘lá de graça’.
As declarações provocaram muitos questionamentos no Corinthians.
Nunca ninguém havia exposto o dirigente desta maneira.
Ele tem a licença de negociar os naming rights como bem quiser.
São pessoas ligadas a ele que espalham o valor pedido.
R$ 400 milhões por vinte anos.
Como Andrés chegou a esses números?
Ninguém sabe, ele não se deu ao trabalho de explicar.
Muito menos o próprio presidente Mario Gobbi perguntar.
Embora presidente do clube, o Itaquerão é um elemento à parte.
Como se fosse de Sanchez.
“Ele é um mestre de obras de estádio”, diz Carlos Miguel Aidar do corintiano.
Andrés se sentiu obrigado a rebater Eurico.
E acaba de divulgar uma nota oficial.
“Sobre o estádio do Corinthians, quando a obra for finalizada, todas as contas serão colocadas no site do clube e é bom destacar que esse é um dos estádios mais barato do Mundial. Sobre o naming rights, quando for vendido, o que ainda não aconteceu, tudo será passado para a imprensa, dirigentes do clube e nossa torcida com total transparência. Estou no futebol por amor ao meu clube e entender que posso contribuir para melhorar o que está aí. Não fico só na crítica, no blá blá blá. Eu arregaço as mangas e trabalho.”
1reproducao6 Eurico Miranda questiona os R$ 500 milhões do BNDES ao Itaquerão. E principalmente Andrés Sanchez por estar à frente do Itaquerão. O ex presidente responde. Mas sabe. Encontrou um adversário de peso para a espanholização que a Globo promove no futebol brasileiro…
Falou também sobre o Clube dos 13, que implodiu.
Justo quando a Globo estava para perder a exclusividade das transmissões.
E não negou o processo de espanholização do futebol brasileiro.
Com Corinthians e Flamengo recebendo mais dinheiro da Globo.
Essa diferença impulsiona uma bola de neve.
Como os clubes são mais mostrados pela emissora, o patrocínio fica mais caro.
Com mais verba há a possibilidade de contratar melhores jogadores.
A atrapalhar o Corinthians está o dinheiro a ser pago pelo Itaquerão.
E o Flamengo se desdobra com suas dívidas de mais de R$ 600 milhões.
Porém recebendo mais do que os outros clubes, a perspectiva é clara.
E Eurico enxerga os corintianos e flamenguistas com muito privilégios.
“Sobre o Clube dos 13, durante um período, ele foi extremamente útil ao futebol, porém ele se tornou extremamente caro e obsoleto. A solução era uma negociação direta. O receio do futebol brasileiro ser dividido por dois clubes era o mesmo de dividir por cinco.”
A resposta de Andrés foi tímida diante de tão forte acusação.
Mas é algo salutar a discussão pública entre eles.
Eurico Miranda questiona os R$ 500 milhões do BNDES ao Itaquerão. E principalmente Andrés Sanchez por estar à frente do Itaquerão. O ex presidente responde. Mas sabe. Encontrou um adversário de peso para a espanholização que a Globo promove no futebol brasileiro…
Dois homens poderosos nos bastidores do futebol brasileiro.
É excelente quando eles precisam dar explicações.
Eurico é candidato à comandar o Vasco novamente.
Se aproveita da enorme decepção que é Roberto Dinamite no cargo.
“É mais que uma missão. Pela absoluta necessidade de ter que resgatar o Vasco. Duas vezes na Segunda Divisão (do Brasileiro) é a degradação total. Há um problema de representatividade do Vasco, da imagem, (o clube) passou a ser tratado como de segunda classe.”
Eurico representa tudo de ultrapassado como dirigente.
Relembra um dos seus feitos foi histórico.
Anulou uma partida já disputada da Libertadores.
Entre seu Vasco e Atlético Nacional da Colômbia, em 1999.
“O Vasco foi jogar lá, os caras com metralhadora no vestiário, aí vieram me denunciar que o arbitro tinha sofrido um sequestro relâmpago e teriam dito pra le: ‘vê lá o que vai acontecer’. Diante daquele quadro todo, tinha cartel de Medelin no meio, eu tive coragem de denunciar, o árbitro confirmou e foi anulada a partida.”
Reacionário, não aceita nem ouvir falar em Bom Senso FC.
“Como é que o cara que ganha 300 mil, 400 mil, 200 mil por mês, que é ofensivo ao povo brasileiro, tem a coragem de dizer que senta em campo e não joga? Todos os líderes desse movimento são jogadores que estão terminando (a carreira), todos eles muito bem abastecidos. Ganham o que ganham e ainda acham que têm que ter mais privilégio. Tem gente que ganha por dia o que o trabalhador brasileiro não ganha em 20 anos. Que distorção é essa? Mais de 90% dos jogadores brasileiros trabalha três meses por ano e não ganha nem dois salários mínimos.”
Foi acusado de crime tributário pela CPI do futebol em 2000.
Mas a sentença acabou anulada.
Acusa a Globo de estar por trás da acusação.
“Fui investigado pela Polícia Federal, Ministério Público, por tudo. Eu tenho uma passagem pelo futebol brasileiro. Tentaram denegrir minha imagem, tentaram botar Eurico ladrão. A minha vida foi revirada de cima pra baixo, por meio de uma CPI. Fiquei com meu nome limpo e não foi por decurso de prazo, prescrição. Contrario interesses e tem que ter uma campanha pra acabar comigo. A Toda-Poderosa destruiu uma série de pessoas e veja se me destruiu? Tenho uma base pra sustentar isso tudo, que é a minha família. Quem é a Toda-Poderosa, a Globo..”
Diante de um inimigo tão forte, Andrés foi brando.
Apenas respondeu o questionamento de Eurico.
Aos 69 anos, ele é favorito a voltar a comandar o Vasco.
O que pode significar problemas para o Corinthians e Flamengo.
O veterano dirigente já avisou a aliados que lutará contra essa ‘espanholização’.
Que
r o Vasco ganhando o mesmo que os clubes mais populares de Rio e São Paulo.
r o Vasco ganhando o mesmo que os clubes mais populares de Rio e São Paulo.
O Corinthians e Flamengo recebem atualmente R$ 120 milhões por ano.
O Vasco, R$ 80 milhões.
Eurico garante que se eleito, isso irá mudar.
Seu clube deixará de ser tratado como de ‘segunda classe’.
E ai de quem entrar no seu caminho.
Seja quem for.
Andrés Sanchez e seu Itaquerão já tiveram uma prova hoje…
Fonte: Blog Cosme Rímoli