No início do ano, o diretor geral do Vasco, Cristiano Koehler, avisou: “Para conseguir tocar o clube, existe sempre a expectativa de no final do ano conseguir receita com a venda de um ou dois jogadores. Dependendo da necessidade, temos que vender”. E a dureza dos tempos de São Januário, hoje, não permite outra realidade nem mesmo ilusões: a possibilidade de fazer caixa num futuro nem tão distante é com o garoto Thalles. Destaque das categorias de base, o atacante ainda é reserva – apesar dos apelos da torcida ao técnico Adilson Batista. Coberto de elogios por todos no clube, o menino que chegou ao Vasco com 11 anos e hoje tem 18 provoca sondagens e curiosidade de agentes e empresários. E a diretoria vascaína sabe disso.
O clube trata como prioridade e com otimismo a renovação do jogador. Depois de aditivo contratual em outubro do ano passado – quando houve reajuste salarial, mas não aumento de vínculo, que termina em março de 2015 -, a diretoria do Vasco deve renovar em breve com o garoto. É provável que seja assinado um novo contrato por mais três anos até o fim da semana que vem. O que permitiria ao clube aumentar a multa contratual, que, segundo informações recebidas pelo GloboEsporte.com, gira em torno de R$ 20 milhões.
O empresário de Thalles, Pedro Pereira, disse que no próximo encontro com a direção vascaína os últimos ajustes para a renovação já devem ser selados. O diretor de futebol Rodrigo Caetano trata o assunto como “bem encaminhado”. O clube sabe que Thalles hoje – seguido de perto por Luan – é o principal ativo de São Januário. E a crise financeira faz do clube uma vitrine frágil para a janela internacional e até mesmo nacional – como foi o caso recente de Marlone, cujo contrato com o clube era bem menos protegido do que o de Thalles.
– Ainda não está resolvido. Quando isso acontecer, todos vão saber – comenta o diretor de futebol do Vasco, que tem a árdua tarefa de administrar um caixa problemático e tentar cortar uma folha salarial ainda inchada para um time que vai disputar a Segunda Divisão.
Enquanto a diretoria tenta diminuir em R$ 2 milhões a folha de pagamento dos jogadores, o clube espera renovar com a Caixa Econômica Federal no segundo semestre, além de acertar a entrada de um novo patrocinador e os avanços para um novo contrato com a Penalty – a fornecedora esportiva tem prioridade na renovação. O assunto é mantido a sete chaves e está sendo conduzido por Cristiano Koehler e o presidente Roberto Dinamite. Porém, até 2016, todos os departamentos sabem da necessidade de cortar despesas e fechar as torneiras.
Próximo de finalmente fazer um acordo para a saída do zagueiro Rodolfo, que deve voltar para o futebol russo, o Vasco ainda busca solução para os jogadores mais conhecidos que treinam separado. Michel Alves, Nei, Renato Silva, Sandro Silva e Enrico ainda não têm novo destino, mas o início dos campeonatos nacionais deve mudar esse quadro. Enquanto isso, além de Thalles, o clube renova com Jomar, Lorran e Jhon Cley. O atacante Romário, emprestado ao Boavista, também estendeu o vínculo até o fim de 2015. Nos jovens, o Vasco vê o futuro, mesmo que seja fora de campo, reforçando os combalidos cofres de São Januário.
Fonte: GloboEsporte