Rodrigo Caetano deixou os dois últimos clubes por onde passou pelo mesmo motivo: desgaste com a a parcela amadora da administração. De volta ao Vasco após ficar dois anos no Fluminense, o diretor executivo, um dos personagens do clássico de amanhã, tirou algumas lições. A principal foi não se envolver em política. Com dificuldades para reestruturar o Vasco mais uma vez, e sem recursos, o dirigente não pôde deixar de exaltar a parceria do Tricolor com seu patrocinador, a Unimed.
— Não tenha dúvida que um parceiro como a Unimed talvez seja o sonho de todo clube. Esse é o fator mais positivo. Mas o Vasco tem uma grande marca e uma torcida imensa — disse Caetano, evitando fazer muitas comparações entre os clubes.
— São culturas diferentes.
O executivo chegou em 2009 ao Vasco, ano em que a equipe disputou a Série B do Campeonato Brasileiro, após chamar atenção pela gestão profissional no Grêmio. O primeiro trabalho no Rio, que teve o título da Copa do Brasil em 2011 como auge, sofreu um baque com a venda de jogadores. Desta vez, voltou ao Vasco em situação financeira pior, e confessa:
— O Vasco tem pontos fortes e fracos. Chegar após uma queda de novo dificulta. No Fluminense o cenário era mais favorável — admite.
No Fluminense, em 2013, nem o forte parceiro evitou a saída de alguns jogadores. Em meio a disputa de poder político do presidente Peter Simensem e o patrocinador Celso Barros, a corda acabou arrebentando no lado de Rodrigo Caetano. Mas ele é só elogios ao antigo patrão.
— O parceiro viabiliza a recuperação, a gestão do passivo. Tenho um carinho pelo Fluminense, o trabalho foi interessante, conquistamos títulos. A gestão do Peter foi ótima — afirma.
Questionado sobre qual dos clubes possui uma política que atrapalha mais o futebol, o dirigente foi … político.
— O executivo tem importância justamente por não ser parte da política. A volatilidade é grande mas as transições tem que acontecer sem problemas para o planejamento. O desafio é se adaptar e fazer diagnóstico rápido — acredita Rodrigo Caetano.
Ao deixar o Fluminense, o diretor foi sondado pelo Flamengo para substituir Paulo Pelaipe. Mas o Rubro-Nebro ganhou a Copa do Brasil.
— Falaram no meu nome no Flamengo. Priorizei o Vasco pelo carinho que recebi nos anos de Fluminense.
Fonte: Extra