O ponto central da eleição atual está na suspeita que paira sobre a associação em massa de mais de três mil pessoas em abril de 2013, que levantou denúncias de que elas estavam sendo financiadas em troca de votos.
Atualmente, três dirigentes já se declararam candidatos: o ex-presidente Eurico Miranda, Roberto Monteiro e Nelson Rocha, este último que ameaçou retirar sua chapa caso os “mensaleiros” sejam aceitos na reunião da Junta Deliberativa, que acontecerá na próxima segunda-feira, e que deverá definir a data do pleito.
“Eu represento um grupo (Vira, Vasco!). Vou conversar com o grupo mas, a princípio, não participaremos de eleições fraudadas. As pessoas de bem deveriam concordar com eleições limpas, e não manipuladas”, destacou Nelson.
Já Eurico e Roberto Monteiro estão no outro lado da moeda. Acusados de serem os grandes beneficiados caso os “mensaleiros” ingressem no pleito, eles lutam para que a eleição não seja antecipada, fato que deverá acontecer e que impedirá tais pessoas de estarem aptas ao voto. Ambos argumentam que, caso isto ocorra, o Estatuto do clube estará sendo ferido. Por conta disto, muito provavelmente tomarão o caminho da Justiça comum se seus desejos não forem atendidos pela Junta Deliberativa, que reúne os cinco poderes do clube: presidência, Assembleia Geral e os Conselhos de Beneméritos, Deliberativo e Fiscal.
“Esta convocação tem o objetivo claro de impedir que os sócios que entraram não tenham direito ao voto”, reclama Eurico Miranda.
Acompanhando atentamente, mas ainda sem lançar candidatura, estão Fernando Horta, presidente da campeã do Carnaval carioca Unidos da Tijuca, e Jorge Salgado, economista. A dupla ainda estuda costurar uma chapa, mas a tendência é a de que desistam.
Em 2006, fraudes e Justiça
O sócio vascaíno já tem, infelizmente, se acostumado com eleições conturbadas no clube. Em 2006, por conta de inúmeras fraudes, onde foi constatado que até mesmo mortos estavam registrados para votos, a Justiça interferiu no pleito e o suspendeu. Consequentemente, o adiou para 2008.
Na ocasião e com muita confusão, Roberto Dinamite venceu Eurico Miranda na eleição do Conselho Deliberativo, onde o vitorioso tem o direito de escolher a grande maioria do quadro de conselheiros.
Feito isto, um pleito somente com este contemplados é realizado para que eles decidam o novo presidente do clube. Indignado, Eurico Miranda se negou a participar e Dinamite sagrou-se o mandatário do Gigante da Colina.
Em 2011, após o título da Copa do Brasil, Roberto acabou se reelegendo.